sexta-feira, 31 de agosto de 2018

A mulher que quer trabalhar e ser mãe

A Rita foi a uma entrevista de emprego. Até pareciam interessados nela mas ela tinha um bebé de meses. A Rita percebeu que isso era um impedimento para a contratação. Esclareceu que precisava mesmo do trabalho e que se fosse necessário abdicava das horas de amamentação. Ficou com o trabalho.

A Susana já trabalhava naquela loja há cinco anos quando lhe transmitiram a possibilidade de a passarem a gerente. Só precisavam de saber se ela não estava a pensar em ter filhos nos anos seguintes. Ela até estava, mas disse que não. Passou a gerente e ainda não teve filhos.

A Ana engravidou. O seu contrato era até 31 de agosto e o bebé nasceu em junho. A diretora do colégio disse-lhe "Ainda bem que em setembro está de volta para agarrar o novo grupo. Quer dizer eu penso que esteja." A Ana percebeu que para o contrato ser renovado ia ser o seu marido a ficar com o bebé.

A Cristina voltou ao trabalho quando o filho completou os cinco meses. Decidiu continuar a tirar leite para que o seu bebé fosse alimentado apenas com leite materno, ainda que pelo biberão. Tinha muito leite e tinha de se dirigir muitas vezes ao wc para o extrair. A patroa achou que era uma desculpa para trabalhar menos e que devia compensar com horas extra o tempo em que estava no wc.

Quando a Sara foi chamada para uma entrevista fez questão de dizer que tinha um filho para que não julgassem que tinha ocultado alguma coisa. Perguntaram se tinha alguém para poder ficar com a criança quando estivesse doente ou tivesse vacinas e consultas de rotina. A Sara respondeu que sim. Ficou com o trabalho e nunca acompanhou o filho ao médico, deixou isso para o pai.


Todas estas historias são reais à exceção dos nomes, obviamente.
Duas das histórias são as minhas histórias. 
Há quem ache que as mulheres deviam bater o pé pelos seus direitos. Eu acho que as mulheres não deviam ter de bater o pé para poderem gozar dos seus direitos.
É fácil falar, é difícil ter contas para pagar.


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Meu tudo.

2 comentários:

  1. Compreendo bem. Eu tive que abdicar das horas de amamentar e sempre que tinha de ir a uma consulta tinha que "fazer" nos outros dias as horas que faltava. Ou isso ou não conseguia o trabalho e "é difícil ter contas para pagar!"

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  2. Eu nunca faltei a consultas nem a nada tou sempre presente falto tenho direito a faltar com justificação isso com os meus filhos não podem dizer k não

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