quinta-feira, 28 de março de 2019

Tive um filho e os meus amigos não foram a lado nenhum


Só eu é que já ouvi queixas do género “O meu filho nasceu e fiquei sem amigos” ou “Desde que fui mãe os meus amigos afastaram-se”?
Como é no vosso caso não sei, mas eu tive um filho e os meus amigos não foram a lado nenhum.
Claro que eu não esperava que me convidassem para sair à noite, porque obviamente não iria. Claro que depois de uma semana a trabalhar quero descansar e aproveitar o tempo para o meu filho. Mas os meus amigos continuam lá.
As jantaradas que fazíamos pela noite dentro foram trocadas por almoços ou lanches.  A bebida na esplanada foi trocada por um sumo bebido a correr, num café com um carrinho qualquer para os miúdos brincarem. As sessões de cinema foram trocadas por piqueniques.
Tudo mudou, mas os meus amigos entendem isso.
Alguns amigos já foram entretanto tendo filhos. É fácil de imaginar que adultos com bebés, todos com rotinas diferentes, tenham dificuldade em arranjar um tempo que dê para todos.
Há quem trabalhe por turnos, há quem tenha mudado de cidade devido ao trabalho, há quem tenha dois empregos, há quem seja mãe ou pai solteiro …. enfim, há vidas.
Não falo com os meus amigos todos os dias. Nem todas as semanas. Passo mais tempo sem os ver. Mas quando falamos, sabe pela vida. E quando estamos juntos, é como se nos tivéssemos visto no dia anterior. E isso faz-me ter a certeza de que os meus amigos não foram a lado nenhum. E tenho tanta, mas tanta sorte com os amigos que a vida me deu. 


(Se fossem minhas irmãs não gostava tanto delas.)


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sábado, 23 de março de 2019

Quer a casa antiga

Já estamos oficialmente a morar na casa nova há pouco mais de uma semana, mas há alguém que, tal como previa, não está totalmente conformado: o Gustavo.
Durante o dia até vai estando bem e só raramente fala da casa antiga. De noite é que a coisa complica.
Desde que mudámos de casa que nunca mais adormeceu na cama dele. Começa a ficar com sono e pede para ir para a caminha da casa do Gustavo. A cama é a mesma, a casa não. 
À hora de dormir levo-o para o seu quartinho mas nunca quer ficar. Nem lá nem em lado nenhum desta casa, diga-se. 
Parece um filme de maluquinhos:
- Caminha do Gustavo. - pede ele.
Lá vou eu então com ele para o quarto.
- Não, esta não. A casa do Gustavo. - repete.
- Filho esta casa agora é a casa do Gustavo. Tem aqui as coisinhas todas do Gustavo.
- Casa nova não. Casa do Gustavo!
Não está fácil por estes lados portanto. Por vontade dele não tínhamos mesmo mudado de casa. Por muito entusiasmado que fique sempre que vem cá alguém, por muito vaidoso que fique a mostrar o seu quartinho ou os seus brinquedos, ainda não se sente bem aqui. E eu percebo porque sinceramente, eu também não.
Acho que ele é como eu, agarrado às coisas que lhe fazem bem. Agarrado àquilo que conhece. Não gosta de mudanças na sua rotina.
Espero mesmo que um dia, de preferência brevemente, o rapaz veja esta casa como a sua casa. 

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O nosso cantinho, a casa antiga.

quarta-feira, 6 de março de 2019

O miúdo ficou doente e eu fiquei em casa com ele pela primeira vez

O Gustavo não é miúdo de estar sempre a ficar doente, provavelmente porque ainda não anda na escola. Ainda assim, já aconteceu uma vez ou outra.
Quando ele fica doente costuma ir normalmente para os meus avós. O estar doente dele é ter pouco apetite e febre. Ainda assim, com menos vontade, mas vai muito bem de manhã com o pai para casa dos avós.
Se ele está bem, e se sei que vai ser muito bem tratado e de forma responsável, não faz sentido que eu tenha de faltar um dia ao trabalho. 
Às vezes as pessoas estranham, e sinto um olhar ou outro (ou então é só mesmo um sentimento de culpa escondido) como quem diz "Então mas esta tem o filho doente e não fica com ele?". Não fico, porque não se justifica. O que essas pessoas não sabem, é que mesmo doentinho, de manhã pede para ir para os avós.
Desta vez foi diferente. O Gustavo começou a vomitar eram quatro da manhã. Vomitou, vomitou e voltou a vomitar. Perdi a conta das vezes. No fim já só saía uma espuma amarela. Enquanto vomitava chorava, dizia que não queria dar mais arrotos e que tinha bilhack na boca. Pedia o colo da mãe. Enquanto ele chorava eu também chorava, ainda que de forma discreta.
Desta vez, não consegui ir trabalhar. Ele não estava bem, e eu não ia estar bem sem ele. 
Espero não voltar a ter o meu filho assim doente, mas se tiver, volto a ficar com ele.

(Porra agora estou eu a ficar doente, desejem-me sorte, as mudanças grandes estão à porta!)

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