domingo, 26 de abril de 2020

Isolamento - atividades para os miúdos

Não tem sido fácil para ninguém estar em casa, e quando temos miúdos, pode ser caótico.
No meio de toda a loucura que tem sido, a melhor estratégia tem sido manter a malta jovem cá de casa entretida. Por um lado o Gustavo que é criança, mas por outro as irmãs adolescentes que sem orientação, por elas passariam o dia todo a ver televisão e mexer no telemóvel.
Ficam aqui algumas atividades que temos feito para nos mantermos entretidos em casa.




A popular plasticina. Ao brincar livremente com ela o Gustavo fartava-se rapidamente, por isso pensámos em jogos em que pudéssemos utilizar este material. Fizemos formas e escrevemos nomes, letras e números.








As mais velhas já não dadas a jogos de plasticina obviamente, por isso pusemo-las a fazer um puzzle de 500 peças. Receberam esse jogo há 3 anos no Natal e nunca tiveram paciência para o terminar. Desta vez, demoraram seis horas, mas conseguiram. Assim que o terminaram o mais novo destruiu tudo. Ficaram a gostar um bocado menos do irmão, mas estiveram entretidas durante um dia inteiro.





Esta brincadeira surgiu do Gustavo. Um miúdo de apenas três anos inventou um jogo giríssimo. Foi sozinho à casa de banho buscar cotonetes e começou a monta-los de modo a formar letras. Fez sozinho o T e o V. Depois, com a nossa ajuda fizemos mais letras e até desenhos.






Cozinhar. O zé é quem cozinha cá em casa. A Gabi e o Guga saíram ao pai. Adoram passar o dia no meio de tachos e panelas. A Matilde vai ajudando. Têm tido duas ou três tardes de culinária por semana. Fazem absolutamente tudo sozinhos (a Gabi já tem 15 anos e ajuda e orienta os irmãos). Na última semana fizeram folhados de salsicha e de chocolate e bolo cookies. Enquanto cozinhavam, comiam  e limpavam, estavam uma tarde inteira entretidos. 





Fazer sombras. Mais um jogo que o mais novo inventou. Foi buscar um banco e uma lanterna (a única coisa que pediu no Natal foi uma lanterna azul). Pôs a lanterna em cima do banco apontada para a parede e apagou as luzes, começando a fazer sombras na parede. Ficámos espantados com a brincadeira tão gira que ele foi arranjar. Na varanda, esperamos pela altura em que bate o sol e também brincamos às sombras, com um solinho bom.




Fomos fazer uma caminhada e o Guga escolheu algumas folhas caídas para o pai colocar num saco. Pelo sim pelo não, deixámos as folhas no saco 3 dias antes de utilizar. Depois com tintas, em vez de pintar com pinceis pintámos com essas folhas. Foi mais um género de carimbagem e o miúdo adorou.




Espero que tenham gostado das atividades e que possam tirar algumas ideias. Entretanto, na minha página do instagram eucatarinagarcia partilho diariamente atividades que podem ir fazendo. 


Podem seguir a nossa página aqui. Se tiverem atividades para nos sugerir, aceitamos com muito gosto. Beijinhos dos cinco, mantenham-se isolados.








segunda-feira, 20 de abril de 2020

Baú das recordações - Uma lufada de ar fresco

Estive em arrumações. Ou tentei estar. Estou o dia todo em casa, mas também estou o dia todo a entreter o Gustavo para o Zé poder trabalhar descansado, portanto não me sobra assim tanto tempo.
Mas bom, estava eu a dizer que dei início a algumas arrumações. Há uns meses tinha comprado um baú com o objetivo de criar um baú de recordações, para guardar coisas realmente importantes.
Não sou grande acumuladora, pelo contrário, adoro destralhar. Não gosto de ter a casa cheia de coisas e de coisinhas que só vão servir para encher. Mas tenho os meus tesouros, claro. Temos todos. Aqueles postais escritos por familiares que amamos, o desenho do dia do pai que os miúdos fizeram, a primeira ecografia, o bilhete da primeira viagem de avião… e tínhamos tudo isso espalhado um pouco por várias gavetas.
Hoje tirei o baú do armário e recolhi todos esses pedacinhos de vida que por aqui haviam, para os organizar e ficar tudo junto e de mais fácil acesso.
Enquanto o fazia, peguei em postais da minha tia, que todos os anos me dá um postal com palavras bonitas no meu aniversário e no do Gustavo. Tinha também um bilhete que uma colega me deu no Natal. Descobri o primeiro postal que a Gabriela e a Matilde me deram, quando fiz 27 anos. Também encontrei a primeira rosa que o zé me deu, e uma fotografia do primeiro festival a que fui com uma amiga.
Enfim, mexi e remexi em coisas boas. Recordações que me fizeram relembrar que as pessoas são o melhor que levo desta vida, as minhas pessoas. E como vai ser bom voltar a abraçar essas pessoas. Entretanto, felizmente, tudo isto aconteceu numa altura em que temos tanto acesso a tecnologias. Assim, o distanciamento não tem mesmo de significar isolamento. Há pessoas e coisas que me continuam a deixar muito feliz. E nos dias em que o maldito vírus me tentar mandar abaixo, o baú vai trazer-me ao de cima.
Para quem está a ter dificuldade a lidar com tudo isto e precisar duma força, talvez ajude ver fotografias e relembrar as coisas boas que a vida já nos deu.

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Algumas das recordações que foram para o baú.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

O nosso país e o covi19

Estamos assustados, fartos de estar fechados em casa (quem o pode fazer e cumpre), com saudades de abraçar quem amamos. Começamos a sentir tristeza, ansiedade, frustração, raiva... é fácil começar a espingardar em todas as direções e a atirar culpas a quem não as tem.
No que diz respeito a esta situação, tenho total confiança em quem nos governa. Ninguém sabe a fórmula perfeita. Muito se tem estudado e até especulado, mas a longo prazo, ninguém sabe o que é o melhor. Se há quem defenda que quanto mais isolados melhor, há quem defenda que isso só vai adiar o problema e que uma segunda vaga virá com mais força quando o isolamento começar a levantar.
Tenho esperança e confio nas medidas que nos têm sido impostas. Acho que o nosso governo, comparando com outros países, está a ser exemplar nesta luta, facto esse que tem sido relatado em jornais pelo mundo fora. E os portugueses, na sua maioria, exemplares têm sido.
Acho que o estado de emergência foi decretado na altura certa, e concordo que alguns negócios tais como restaurantes em takeaway continuem a funcionar (pior que morrer com o vírus, será talvez morrer de fome, e o que aí se avizinha em termos de economia, assusta-me muito).
A decisão de se permitirem pequenos "passeios" sem contacto físico com outras pessoas, em locais resguardados, também me parece acertada. Pessoas a sofrerem de ansiedade e depressão, muito dificilmente iriam sobreviver a isto fechadas em casa durante tanto tempo (e não espero que quem não lida com estas particularidades o entenda). Continuam a existir ajuntamentos de vizinhos nas ruas, pessoas a ir às compras com a família toda atrás, pessoas a passear o cão cinco vezes por dia… mas isso é culpa de quem o faz. As diretrizes são claras, e não é possível que as nossas forças de segurança consigam controlar tudo. Nem deviam ter de o fazer… existe uma coisa chamada de responsabilidade social. 
Quanto ao fecho das escolas… os grupos de mães estavam ao rubro, pela negativa, com a possibilidade da escola reabrir. Que irresponsabilidade, que atear de fogo, que imprudência… entretanto foi decretado que a escola não irá mais abrir de forma presencial, exceções 11º e 12º ano, e nos mesmos grupos de mães vemos ataques a essa decisão: e como vou sobreviver com 66% do ordenado? Como vou conseguir dar apoio a três crianças em casa a terem de estudar??
Não é fácil, mas não o é para ninguém, muito menos para quem tem de decidir o que fazer de forma a proteger um país inteiro.
Isto vai passar. Mas se cada um fizer a sua parte, vai passar muito mais depressa.

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terça-feira, 7 de abril de 2020

As coisas que descubro quando estou em isolamento

Mudámos de casa há um ano e um mês. Já era tempo de me ter apercebido de muita coisa que se vai passando aqui na rua. 
No entanto, passou-me ao lado uma coisa, ou melhor, um animal com cerca de oitenta quilos. 
Fui despejar o lixo tranquila da minha vida, e dou de caras com, nada mais, nada menos, que um porco. Bom, uma porca na verdade. 
Parece então que tenho uma vizinha, não no prédio mas duas ruas acima, que tem uma porca, grande, mesmo grande, gorda e preta, há já 6 anos. Porca essa, que à indicação da dona, se deita de barriga para cima à espera da festinhas abanando a cauda. Porca essa que passeia com os cães colegas de habitação.
O Gustavo e a Matilde foram observar o raro fenómeno com a devida prudência. O Gustavo tem muito medo de cães, até daqueles mesmo pequeninos, mas pelos vistos não tem medo de porcos. Pouco faltou para a trazer para casa. Mas já pediu se lhe posso arranjar uma porca.
A vizinha explicou ainda que a porca sempre deu grandes passeios, mas que o fazia mais de noite para não andar no meio da confusão. Disse ainda que abre a porta do quintal para que a bichinha passeie um pouco, e que a mesma, sozinha, bate com o focinho do portão quando quer entrar.
E pronto, só vos queria mesmo contar isto, porque afinal de contas, não são todos os dias que encontramos uma vizinha com uma porca de estimação.

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A minha vizinha é igual a esta.


sexta-feira, 3 de abril de 2020

O covi19 e os meus estados de espirito.

Não sei como vocês estão a lidar com este maldito vírus, sei que eu estou a começar a sentir-me bipolar. Tenho passado por imensas fases e imensas linhas de pensamento.


Pessimista - Nos dias em que assumo esta postura, vejo um futuro negro e não consigo de modo algum atenuar a coisa. Vejo as notícias várias vezes por dia, foco-me no número de mortes e penso nos seus entes queridos. Penso em Espanha e em Itália especialmente. Lembro-me das imagens dos camiões a transportar cadáveres. Esse cadáver pode vir a ser o meu, ou de alguém que amo. Olho para a janela e sinto-me presa. Custa-me a respirar porque não quero mais estar fechada, e acho sinceramente que vou entrar numa depressão brutal se não for possível sair de casa em breve. Penso nas famílias que dependem de negócios próprios e que estão sem meio de sustento. Sinto medo pelo futuro da economia e pelas pessoas que podem vir a perder o seu emprego. Imagino-me a ser uma dessas pessoas. 


Filosofa- Porque raio foi isto acontecer? Quantas pessoas mais vão morrer? Até quando os profissionais de saúde vão aguentar? Até quando vamos viver assim? Será que brevemente podemos voltar à nossa rotina? Como será a nossa rotina depois desta pandemia? Será que algum dia vai ser tudo como era antes? Com que mazelas ficarão as pessoas que estão a viver este drama na linha da frente, lidando com tanta pressão? E os idosos que estão mais sós do que nunca? E as crianças com necessidades educativas especiais que ficaram sem as suas terapias? E se…? E se …?


Otimista - Falta mais de um ano para termos uma vacina disponível. É simplesmente impossível que um país fique parado durante um ano. Mais cedo ou mais tarde, vamos ter a nossa vida de volta, ainda que seja com restrições. Talvez antes da vacina surja um medicamento que cure as pessoas. Talvez existam tantas pessoas infetadas sem sintomas, que permita que seja criada imunidade de grupo ao vírus em breve. Talvez os cientistas descubram uma cura ou prevenção milagrosa em tempo recorde. Talvez o vírus não sobreviva de todo ao calor e com a chegada do tempo quente existam menos infetados. Talvez por motivos que nem percebemos, os números de casos comecem a descer drasticamente. Talvez venhamos a ter maneira não de eliminar o vírus, mas de arranjar maneira de viver com ele sem nos infetarmos. 

Hoje estou na fase filosofa.. mal de dormi de noite a pensar em tudo e mais alguma coisa. Neste momento estou a pensar, que a esta hora estaria no trabalho a deitar os meninos na sesta. O Gustavo estaria nos bisavós a brincar com camiões na varanda, à espera que o pai o fosse buscar.

E vocês, também vão tendo estados de espírito diferentes? 

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Fotografia com um ano… acho que não tirei uma única foto desde que tudo isto começou. Não é algo que queira recordar.