domingo, 29 de julho de 2018

Não há verão sem....

O puto ficou nos bisavós. Quisemos fazer um programa que não ia funcionar com este miúdo (já o tínhamos tentado no passado). Também íamos a uma hora em que ele já estaria a dormir, não fazia nenhum sentido sujeita-lo a ir.
Verão tem de ter calor. Praia e piscina. Um gelado ou outro. Um biquíni novo se possível. Chinelo no pé. Uma bola de berlim ou outra. Isto é quase senso comum. Mas aqui, o verão tem mesmo de ter feira.
Tenho 30 anos e nem conseguem imaginar como adoro as feiras de verão. As cores, a música pimba, as crianças a envergarem um balão e a comerem algodão doce. As gargalhadas misturadas com os gritos de quem anda num carrossel mais elaborado. As famílias a andarem nos cavalinhos para os filhos estarem felizes.
Lembro-me perfeitamente de ir à feira popular com os meus pais ano após ano. Já mais crescida e após o fecho da mesma, comecei a ir com os meus amigos às feirinhas mais pequenas que vão aparecendo na nossa zona.
Hoje em dia muito raramente vou às feirinhas aqui perto de mim. São mais pequenas o que faz com mal haja espaço para andar, têm menos carroceis, e a cada passo encontramos alguém conhecido. Prefiro ir a uma feira que seja melhor (para mim) ainda que mais longe.
Fomos à feira de Santiago em Setúbal. Eu e o Ze já lá tinhamos ido mas as meninas não.
Mal chegamos começámos a ouvir aquelas musicas portuguesas tipo Toy, que eu a Gabi adoramos nestes contextos, já o Zé nem por isso ahah.
Começámos por fazer uma inspeção ao espaço para vermos o que queríamos mesmo fazer visto que a oferta é enorme. Querer queríamos praticamente tudo, mas não podendo ser, é preciso selecionar. 
A Matilde é uma verdadeira medrosa fofinha. Perguntei se queria andar no "oito" que eu não me importava de ir com ela. É um carrossel bastante infantil para o meu gosto mas pronto. Se conseguissem imaginar a cara dela. Aos saltinhos a dizer "quero quero quero" toda feliz. Ela é assim. Muito agradecida por tudo aquilo que tem e por tudo aquilo que fazem com ela. O pai voltou com quatro bilhetes porque o senhor lhe ofereceu dois para não dar troco, o que significa que a irmã mais velha que tem a mania que é muito fixe também foi andar. E gostou claro. Mas óbvio que passou o tempo a dizer, no gozo connosco, que só estava ali porque foi obrigada. Esta miúda por sua vez tem um sentido de humor brutal.
De seguida passámos por um salão de jogos, onde estivemos a fazer partidas de matraquilhos, que eu também adoro! A equipa onde estava a Gabi perdeu sempre e a da Matilde ganhou sempre. Isso quer dizer alguma coisa.
- Uhh um comboio fantasma. Bora Gabi? - pergunto eu
- Boraaaaaaaaa!
Sabíamos que não ia meter medo nenhum mas achámos piada. O tempo que anda é tão pouco que achei que esse não compensou o dinheiro.
A Matilde igual a ela mesma quis ir para aquelas bolas que andam na água com os miúdos lá dentro. Eu adoro ver porque parecem uns hamsters. É hilariante.
- Matilde a sério que vais andar nisso com dez anos? - pergunta a Gabi.
- Não sou de intrigas mas tu andaste com onze ahahah. - respondi eu.
- SShhhhhh ninguém tem de saber. - responde a Gabi. Eu bem digo que ela é altamente cómica.
E a Matilde lá foi. Supostamente aquilo duraria 5 minutos segundo o que dizia na cabine de venda de bilhetes. Ela esteve quase 20. O senhor deve ter tido pena de tirar a rapariga no momento mais feliz da vida dela. Pelo meio dois miúdos mais pequeninos tiveram medo e tiveram de sair. Eu também não ia achar muita piada a estar fechada dentro duma bola.
Próxima paragem, roda gigante. Epah, basicamente andar na roda gigante já é um cliché. Por isso quisemos todos ir. Eu e o Zé estávamos tão românticos e lindinhos que a Gabi nos tirou umas fotos muito giras supostamente (uma ficou toda branca e outra toda preta, nada de mim e do Zé). Acho que a Matilde foi a única que achou piada a este carrossel.
Paragem seguinte: um carrossel à séria. Daqueles que saltam e andam para a frente e depois para trás, que nos fazem ficar com cócegas e ligeiramente agoniadas ao mesmo tempo. Gosto é disso! A Gabi fez-me companhia. Havia um outro mais agressivo mas não quis andar sozinha. Quando cheguei a casa arrependi-me.
Antes de sair voltámos aos matraquilhos, mas descobrimos uns diferentes. Sempre joguei matraquilhos de futebol, aqueles eram de hoquei. Era super difícil conseguir fazer girar os bonecos para o lado certo, portanto éramos todos a jogar contra jogos.
Óbvio que não íamos embora sem uma gordice certo? A Gabi foi para os gelados, eu como gorda que sou para um waffle cheio de doce de ovos, a Matilde não gosta de doces portanto poupou dinheiro, e o Zé foi para a prova de vinhos que .... já tinha acabado....ops.
Nisto tudo gastámos cerca de 30 euros. Se me puser a pensar até me custa gastar assim esse dinheiro, mas na verdade não temos grandes luxos. Não bebo café, não fumo, portanto posso ir gastar dinheiro em carroceis, uma noite num ano. Não somos muito gastadores, até porque não temos muito para gastar, mas de vez em quando é preciso viver para além de sobreviver, e isso implica uma noite assim de diversão.



Os três na caneca do "8"!, a mais velha ia à parte para não se envergonhar com as nossas figuras.


A Matilde a experimentar os tiros. Acabou por não querer este.

A sério, não parecem hamsters?

Muito medo do comboio fantasma. 


quinta-feira, 26 de julho de 2018

O melhor é parar de escrever

Quando uma senhora comentou algo no meu blogue do género "Credo não sabe lidar com as birras do filho" muitas de vocês foram duras a critica-la. Que era má pessoa, que era uma invejosa, que era mal amada, que não tinha vida própria, que era uma víbora e bla bla bla... vocês avisaram-me sim, sobre os tipos de pessoas que destilam veneno. Avisaram e eu achei exagerado. Se calhar  não estavam assim tão erradas e se calhar há mesmo pessoas mesquinhas e maldosas neste mundo da escrita online.
"Imitação fraquinha" e "Já li isto mas em bom" foram dois dos comentários deixados no meu post sobre as idas à praia com a minha família. (podem ver esse post aqui
Não me dei ao trabalho de ir ver se quem deixou os comentários é quem está à frente do blogue que alegadamente eu copiei, não vale a pena. Depois os outros comentários eram anónimos, gosto sempre dessa parte também.
Aparentemente o crime foi que tive uma ideia que alguém já tinha tido: comparar as minhas idas à praia antes e depois de ter filhos.
Este é um blogue materno tal como outras centenas. Penso ser normal que todas as mães de Portugal passem por situações idênticas. É por isso que as pessoas acabam por se identificar com os blogues. Penso ser normal que quem escreve sobre a vida materna escreva sobre os mesmos assuntos, visto que vivem os mesmos assuntos.
Várias leitoras (mas das queridas e fofinhas, daquelas que valem a pena) comentaram nesse post que com elas era exatamente assim. Portanto este post poderia ter sido escrito por qualquer pessoa. Foi por MIM. Qualquer família antes de ter crianças, conseguia estar deitada na toalha na praia. Qualquer família depois de ter crianças passa o dia a brincar na água. Será que referem que copiei o facto de fazer uma lista com antes e depois? Não sei, nem vou tentar saber. 
Sigo um blogue, escrito por duas Joanas que acho fabulosas. Se quisesse copiar um texto, escolhia um em bom. (Demais?!)
Na internet somos bombardeados de antes e depois. Por exemplo a nossa vida quando vivemos com os nossos pais, e a nossa vida quando saímos de casa (será que já alguém escreveu sobre essa, ou posso eu fazê-lo?). E as imagens engraçadas? Do género, eu solteira toda arranjada, eu casada toda desmazelada (já viram essa? Tem piada).
No fim de semana passado fui à praia em família. Quisemos jogar às cartas mas não conseguimos. Dei por mim a pensar em como era diferente ir à praia depois dos filhos e antes dos filhos. Muitas pessoas se conseguiram rever no que escrevi, porque adivinhem só, as idas à praia em família são iguais para todos. Mas por favor, não se identifiquem com esse meu texto porque estão a plagiar os meus pensamentos.
Depois de ter sido acusada de copiar um texto de um outro blogue sobre o assunto praia, por curiosidade fui pesquisar. Há alguns anos, um blogue materno com mais de cem mil seguidores fez um post incrivelmente parecido. Sobre como eram os seus dias antes dos filhos e depois dos filhos. Portanto quer dizer que o blogue que afirma que eu o copiei, também copiou esse outro blogue, é isso? Só pode. Pela sua lógica é.
Já me tinham avisado disto. Das pessoas que eu iria encontrar com comentários maldosos. Não pensei é que fosse já. Afinal normalmente só os grandes blogues têm esse tipo de comentários. Afinal quem perde tempo a ler um texto de que não gosta, a comentar no facebook e voltar a comentar no blogue?
Ia escrever um post sobre o meu filho chorar durante a noite. É melhor não, não vá outra bloguer com filhos que choram ter tido essa ideia primeiro.
Hoje ia escrever um post sobre os avós, visto ser o dia dos avós. Quase aposto que muitas pessoas o vão fazer, por isso é melhor deixar de lado também.
Nem quero imaginar quando começar o desfralde. Com tantos blogues que falam do assunto podem mesmo por-me em tribunal por abordar a situação de forma idêntica. Antes do desfralde caminhas sempre limpas, durante caminhas sempre com chichi. Antes do desfralde muito dinheiro em fraldas, durante o desfralde muito dinheiro em lençóis. É algo básico de se pensar e de se escrever não? Possivelmente se procurar até encontro algo muito parecido. Também tenho um texto já escrito para lançar sobre a depressão pós parto. Outro sobre a ansiedade na gravidez. Outro sobre o facto de não me ter sentido mãe assim que tive um filho. Certamente não serei a primeira nem a última a escrever sobre esses assuntos.
Retirei uma conclusão fantástica disto tudo: lido melhor com os comentários negativos do que eu julgava. Ou então é por estes serem tão parvos e sem sentido que só me deu para rir. Também pode ser isso.
O engraçado é que me poderiam ter enviado uma mensagem. Mas foi muito mais giro comentarem em diversos locais para me arrasarem ao máximo. (Tenho uma ferramenta excelente que se chama apagar comentários e bloquear utilizadores. Talvez a comece a utilizar) No meio disso ainda identificaram o blogue que supostamente copiei, que por sinal tem metade dos meus seguidores, contribuindo para uma publicidade gratuita fantástica para o mesmo. Hum. Curioso agora que penso nisso.
Enfim, foi mesmo a situação mais caricata e simplesmente, sinceramente, estúpida. Sim, porque tinha muito sentido eu copiar um texto e posta-lo. E ainda publicitar o mesmo para chegar ao original. 
Acho que o que mais me incomoda, e agora nem falo deste caso, é a quantidade de criticas negativas dirigidas a blogues de crianças, onde devia reinar o amor. Não gostam, sigam. Caramba, estamos a falar de famílias. Onde reina a felicidade. Mas se calhar o problema é mesmo esse, a felicidade também incomoda.
Sabem que mais? Sejam felizes!! Mesmo. Sigam os blogues de que gostam. E se vos fizer feliz destilar veneno em blogues que não apreciam, força também. Estamos num país livre. Eu sou livre de escrever o que quero. Quem lê é livre de gostar ou não. Quem lê é livre de comentar coisas boas ou más. E eu sou livre de apagar algum comentário se assim o entender. (Desta vez deixei os do facebook, os do blogue não aprovei, visto que eram iguais.)
Ou então façam como eu. Vivam a vossa vida. E se tiverem um blogue, escrevam nele sobre o que querem, como querem e quando querem. E caguem-se para as criticas. 


Ps- Fui ver esse blogue para tentar não escrever sobre os mesmos assuntos. Esse blogue tem um post sobre as filas prioritárias. Eu tenho um texto sobre isso que vou lançar. O que vale é que o é escrevi há dois anos no meu facebook pessoal e continua lá. Assim no máximo, foi o blogue que me copiou a mim. Yeah.

Ps2- Tenho a certeza que a Carolina Deslandes só está grávida novamente para copiar a Carolina Patrocínio. (Ironia, adoro ambas as famílias, sigo ambas).



O Gustavo a chorar depois de ler os comentários negativos. Na verdade queria mais gelado.


terça-feira, 24 de julho de 2018

Idas à praia, antes e depois dos miúdos.

 No sábado fomos à praia. Enquanto lá estávamos dei por mim a olhar para os casais sem filhos, ou para os grupos de amigos. Depois olhei para a minha família e para as restantes famílias com crianças.
Era inevitável não escrever sobre isto. 

O ACORDAR

Antes das crianças

Epah são dez da manhã. Vou dormir só mais dez minutos. Com sorte até chego à praia na hora de maior calor há mais lugares vagos para estacionar e menos confusão.

Depois das crianças

Porra já são oito e meia!! Meninooos acordddeeeemmm. Se querem ir um pouco à praia é para sair já!! Estamos atrasados!!!


O PREPARAR

Antes das crianças

Bem vou fazer uma sandes qualquer. Levo mais uma água e uma peça de fruta. Tenho aqui cinco euros se der a fome dá para safar. O biquíni está vestido, o protetor ponho depois com calma. Vou só escolher aqui um livro ou uma revista para estar entretida. Levo também umas cartas podem aparecer amigos.

Depois das crianças

Oh Zé ajuda-me a fazer as sandes. E corta cenoura aos palitos. E melão ou melancia para não comerem só porcaria. Vê se temos água que chegue. 
Gabriela e Matilde já vos mandei duas vezes por o protetor!!!
Gustavo possa, está quieto!! Dá para perceberes que tens de por creme para ir à praia???
Será que estas fraldas chegam para o Guga? Epah acho que sim. Ahh já me estava a esquecer da muda de roupa.
Eppaahhh meninas desculpem, mas pensam que vivem onde??? Numa barraca?? Podem ir apanhar a roupa do chão não quero nada espalhado!!!
Os chinelos do miúdo?? ZZÉÉÉÉ. Viste os chinelos do miúdoo??
Oh miúdas viram os chinelos do vosso irmão???
Não vão levar esses brinquedos todos esqueçam!!! 
Matilde ou levas a bola ou as raquetes!! 
Temos tudo?? Vejam se não se esquecem de nada.
ZZÉÉÉ temos comida que chegue??? Não temos dinheiro para andar a comer por lá!!
Espera deixa por mais umas fraldas para o bebé nunca se sabe. 
Alguém me traga aí mais uma muda de roupa para o Gustavo!! É melhor prevenir.
JÁ LAVARAM OS DENTES MENINAS???? AJUDEM O VOSSO IRMÃO ENQUANTO ME VISTO!!
ZZÉÉÉ o chapéu de sol está no carro?? De certeza??? 


A CHEGADA

Antes das crianças

Estacionar. 5 minutos depois temos as toalhas estendidas e o chapéu de sol posto.

Depois das crianças

Gustavo bolas, sai lá do carro! Não é para ficar aí a brincar. Gabriela ajuda aí, apanha-o desse lado.
Zé levas a mochila da comida ou o chapéu??
Cada um pegue na sua toalha. Meninas não se esqueçam dos brinquedos.
Gustavo cuidado com os carros. Oh filho, isto é areia mas é do parque de estacionamento! Levanta-te do chão. Não é um bom sítio para fazer castelos!
Alguém pegue no meu saco que eu levo o miúdo ao colo.
Oh não, o passadiço até à praia tem tábuas de madeira. Vamos ter de contá-las.
Um, dis, tês, qua, sim ... um, dis tês, qua, sim... Vá filho já chega.
Se tivermos sorte, 20 minutos depois estamos na praia. Não vale a pena estender as toalhas porque não nos vamos sentar um minuto.


DURANTE A PRAIA

Antes das crianças

Vou deitar-me meia hora de barriga para cima e meia hora de barriga para baixo para o bronze ficar uniforme.
Vou dar um mergulho, secar, e depois descansar do mergulho à sombra. Vou ler um livro.
Vamos fazer uma caminhada pela praia. Uma hora a andar nas calmas para lá e para cá. Fizemos 3 quilometros à beira mar. Vou dar outro mergulho. E vou descansar outra vez.
Vamos jogar às cartas?

Depois das crianças

Reforçar o protetor. Filho se queres ir à água vai. Entra. A mãe está aqui. Não consigo estar o dia todo contigo ao colo.
Sento-me na areia à beira do mar. Vamos estar uma hora a fazer castelos que vão ser destruídos após estarem montados. Vamos por mais protetor.
A água está um gelo, até faz doer os ossos. Está frio e vento. Os miúdos querem ir à água. Respiro fundo e lá vou eu, a tremer, a desejar que eles fiquem rapidamente com frio para irmos para a toalha. 
Mas não vamos para a toalha. Agora vamos fazer poças.
Vamos fazer uma caminhada. Em 20 minutos andámos 3 metros.
Tenho areia em sítios do corpo que nem sabia que existiam. Não vale a pena tirar porque vou já rebolar pela areia tipo croquete. Vamos por protetor.
Querem jogar à bola?? YEAHHH. Jogámos um minuto. Agora vamos para a água. 


REGRESSAR A CASA

Antes das crianças

Chegar, tomar banho, relaxar no sofá a ver um filme.

Depois das crianças

Sacudam bem a areia!! Só tiram a roupa dentro da banheira. 
Não quero zangas para decidir qual das duas toma banho primeiro. POSSA olhem para este chão. Eu não vos disse para terem cuidado?! Será que ficou alguma areia na praia?? Vou varrer o chão.
Sacudir e estender toalhas. Lavar e estender fatos de banho. 
Tomar banho a correr e ir para a sala descansar. Ai, enganei-me. Brincar. 


Praia antes dos miúdos. Dá para perceber, certo?

O Guga quer estar na água de manhã à noite. Ao meu colo claro.

Areia, areia e mais areia.

Vamos jogar à bola. 5 minutos.

Oh não. Lá vamos nós. Um, dis, tês qua, sim....

Manos em preparativos para a prova de natação. (Só que não.)






domingo, 22 de julho de 2018

O meu amigo foi pai. Ainda não fui visitar a bebé.

Eu lembro-me de como foi comigo.
Já tinha dito que não queria grandes acampamentos no hospital. E mesmo depois em casa queria sossego. Eu entendo que um bebé é algo maravilhoso principalmente vindo de quem amamos, mas às vezes quase dá a sensação de ser um objeto de decoração que todos querem apreciar, sem pensar nele e na recém mamã. Sim porque quando nasce um bebé, a mamã que o carregou nove meses é facilmente esquecida.
O Gustavo nasceu de noite, por isso apesar de radiante eu não estava funcional. Foram horas e horas seguidas sem dormir, para depois passar a dormir apenas umas míseras horas por dia e não seguidas.
Ter um filho tem tanto de maravilhoso como de assustador. De repente temos algo nos nossos braços, e principalmente se for o primeiro ficamos a olhar para aquela mini pessoa a pensar "Ok. E agora? Já sou mãe. Mas sinto-me igual".
No hospital há pouco sossego entre médicos e enfermeiros a entrar e a sair do quarto para garantir que está tudo bem com a mãe e o bebé, portanto nos tempos em que isso não acontecia só queria estar sozinha.
Horas após o bebé nascer mandei mensagem apenas aos amigos mais chegados com a informação relativa ao quarto onde estava. Uma amiga respondeu-me algo do género: Minha querida, parabéns e desfruta. Este tempo é teu e vosso. Daqui a umas semanas vou visitar-vos.
Como assim? A minha amiga não me queria ver nem a mim nem ao meu filho?? Pois não. E ainda bem.
Rapidamente percebi a mensagem dela. As dores começaram a ser insuportáveis (ainda devia estar com efeitos da anestesia), o sono começou a apoderar-se de mim e as hormonas decidiram vir brincar. Não conseguia comer, só conseguia chorar, não queria ter ali ninguém. 
Pedi ao Zé para avisar duas amigas que tinham ficado de me ir ver para afinal não irem. Elas respeitaram.
Ter um filho é muito bom, mas nada nos prepara para os primeiros tempos. Dores que nos podem tornar incapazes (no meu caso porque o parto não foi maravilhoso), ter um bebé a sugar nas nossas mamas, ter pessoas constantemente a ver os pontos e isto e aquilo, ter pessoas que nos chamam de mãe apesar de ainda não nos sentirmos como tal ... a sério, avassalador.
Mesmo quando fui para casa só queria sossego. Mas parecia mal recusar visitas e lá ia recebendo uma ou outra. 
Posto isto, eu precisei de tempo. Precisei de me reencontrar e reorganizar. Dum dia para o outro nada é como era antes. Temos um ser dependente de nós sempre e para sempre. Dei por mim muitas vezes a pensar "e agora?". Podemos imaginar muita coisa, mas é muito mais intenso do que tudo o que podemos imaginar.
Por esta ter sido a minha experiência, ao saber que o meu grande amigo de longa data tinha sido pai, apenas mandei mensagem para ele e para a recém mamã a dizer que lhes ia dar tempo para se reajustarem e que lhes desejava tudo de bom. Que depois logo iria ver a bebé, mas que estava aqui se precisassem".
Uma grande amiga minha está grávida e esta vai ser exatamente a minha postura. 
O nascimento de uma criança é um momento do pai, da mãe e da criança. E é assim que deve ser. 


Não há meses suficientes que nos preparem para ser mães. 


sexta-feira, 20 de julho de 2018

Mawã ... titi ...

Se seguem este blogue já sabem que somos uma família não tradicional. Eu nem sei se essas famílias ainda existem.
Assim sendo, as meninas estão aqui connosco semana sim, semana não. 
Já vos contei aqui que as coisas entre o Zé e a ex mulher ficaram bem resolvidas. Por muito que no início fosse difícil terem uma relação cordial, sempre o fizeram pelo bem das filhas.
Também já vos contei aqui que o Gustavo começou a dar sinais de sentir falta das irmãs quando elas não estão.
Foi aí que uma leitora perguntou: Mas quando as irmãs estão na mãe o Gustavo não as pode ver?
Nem nunca tinha pensado em tal coisa. Realmente há soluções tão fáceis que nunca nos passam pela cabeça.
Na verdade também não me queria impor. É a semana da mãe estar com as filhas e eu sei o que é ser mãe. Já basta estar uma semana sem elas, não queria roubar-lhe mais tempo.
Moramos a cerca de 10 minutos de carro da casa da mãe das meninas. É uma zona que costumamos frequentar pois é lá a escola delas, e tem um parque infantil sossegado de que gostamos muito. Assim, quando o Gustavo começou a chamar pela mana Matilde (mawã titi), eu perguntei-lhe se ela queria ir connosco ao parque ver o irmão, caso a mãe deixasse (a outra mana tinha ido a casa duma amiga). E claro que deixou.
Assim o Gustavo foi brincar uma horinha com a irmã. Depois dessa vez já foi um outro dia brincar no mesmo parque com as duas irmãs. E é isso que faz sentido. Não faz sentido ter um bebé com saudades das manas quando se podem ver. 
Ontem lá foram mais uma vez. Correr, saltar, andar no escorrega, jogar à bola.
Na hora de ir embora o Gustavo começa a pedir colo às irmãs. Explicamos que as meninas vão para a outra casa delas onde vivem com a Nina (nome da mãe). No início dizia que as manas iam para casa da mãe delas, mas achei que talvez fosse mais confuso para ele pensar: como assim? Tu é que te chamas mamã.
Portanto tem tudo corrido às mil maravilhas. As manas amanhã já vêm para nossa casa. E se nessa semana quiserem ir ter com a mãe para fazerem alguma coisa, vão. As coisas têm de fluir a pensar no bem estar das crianças. Infelizmente na maioria dos divórcios em meu redor isso não acontece.

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Os manos. Por motivos óbvios (como por exemplo identificarem o parque que frequentam) não ponho uma fotografia do dia em questão.



quinta-feira, 19 de julho de 2018

Como contei que estava grávida

Hoje já não sei a propósito do que, eu e o Zé estávamos a lembrar-nos de quando contámos à minha mãe que eu estava grávida.
Há pessoas que até fazem festas para o efeito, que têm mil ideias mega originais, algumas até pirosas demais para mim.
Aqui encarei a gravidez como a coisa mais natural do mundo. Assim não tive momentos lindos de borboletas a voarem com uma fitinha onde anunciavam a chegada de um novo ser (não sei se isso acontece mas foi a coisa mais pirosa que me ocorreu assim de repente).
Fiz o teste sem dizer nada ao Zé que até seria o principal interessado. Estávamos a tentar há tão pouco tempo (três semanas ahah) que achava muito pouco provável, até porque tomava a pilula há imensos anos.

Liguei então à Joana Ferreira: "Olha lá o teste tem duas riscas mas uma é bué clara." A Joana começou a gritar de forma histérica que eu estava grávida porque o teste dela tinha dado igual.

-Olha, vais ser pai. - Disse eu ao .
- Ok. Abriu um shoping novo em Setúbal queres ir la dar uma volta?

Convidámos a minha mãe para jantar.
- Então a que se deve este jantar? - Pergunta ela.
- O zé tem uma coisa para te dizer. - Respondi eu.
Rimos muito.

Ao contarmos às meninas:
- Bem, a Catarina tem uma coisa dentro da barriga dela.
.. Silêncio...
- Um bebé. Vão ter um irmão.
A Matilde que era na altura uma criança super amorosa sempre aos beijinhos e abraços agarrou-se à minha barriga. (Podes voltar a ser assim por favooor?)A Gabriela fez um sorriso amarelo gigante e ficou assim uns minutos.
- Gabriela podes dizer alguma coisa se quiseres, seja o que for.
- Eu não sei o que dizer. - respondeu ela. O sorriso amarelo continuava lá.

Estava a ir para o RockinRio com a minha amiga Joana Vasconcelos. Ela ia querer beber algo com álcool (ou não fosse ela quem é muahahah) e andar no slide. No meio duma rotunda lá lhe disse que estava grávida. Ela começou a chorar. Eu também. Um polícia começou a gritar connosco para sairmos dali.

No trabalho contei à minha amiga Nazaré e pedi segredo. No dia seguinte a Nazaré levou um vestido giro e disse:
- Olha agora vai dar-te jeito quando a barriga crescer.
Pois, foi assim que toda a escola ficou a saber. A Nazaré já tem alguma idade e já sofreu um avc. Só por isso eu perdoei-a. 

Para a família mais chegada (tia e avós) telefonei. Quem ficou mais em êxtase foi a minha avó Áurea que entretanto faleceu. Já por algumas vezes ela tinha comentado que nunca ia ter um bisneto. Mas ainda lhe consegui dar a alegria de ter um bisneto nos braços. Lembro-me tão bem da felicidade dela quando lhe dei a notícia, e mais ainda quando soube que era um rapaz.

A minha prima Bibi também soube da notícia antes da restante família. A nossa família é um poço de fofocas ahah. Certo dia quando a nossa tia avó mais cusca foi lá a casa, a Bibi mandou-me mensagem a perguntar quando é que eu lhe pagava pelo seu silêncio.


Barriguinha de 20 semanas. O meu último verão sossegado.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

É sobre quem está.

Para mim a vida não é sobre quem já esteve ou quem ainda poderá vir a estar. É sobre o hoje e o agora. Sobre quem está connosco mesmo não estando. Sobre aqueles com quem podemos mesmo contar. 
Não gosto do "A ver se combinamos alguma coisa" ou "Temos mesmo de combinar algo". Gosto do vamos. Não gosto de conversa. Gosto de atitude. Até porque esse tipo de conversa do "Opa temos mesmo de nos ver" me cheira sempre a falso. Se as pessoas precisam disso para estarem juntas talvez não sejam assim tão amigas.
Gosto de estar rodeada de pessoas que me fazem bem, e a quem gosto de pensar que também faço bem. Sei distinguir quem está e quem não está. Quem sempre e quem nunca. Sei diferenciar quem afirma que "Estou aqui para o que precisares" e quem está mesmo.
É mais difícil ser amigo do que ser família. A família nasce connosco e os amigos temos de escolher. Temos de encontrar no meio de milhares de pessoas que se vão cruzando na nossa vida, alguém que queiramos guardar. E todos nós temos defeitos e maneiras de pensar muito próprias. Não é fácil escolher alguém para ser nosso.
Não fiz uma festa gigante nos trinta como tinha idealizado. Não me fazia sentido festejar em grande sem a minha avó estar presente. Era muito cedo para o conseguir.
Assim, no dia como já vos contei foi só um almoço super simples para a família direta como pais, filho marido (e as duas apêndices ahahah) e avós. 
Depois reservei um dia para jantar com os amigos. Com amigos de sempre, com amigos que perdi no decorrer da vida mas reencontrei, com amigos que começaram por ser colegas mas acabei por levar para a vida. Como queria algo simples optei por convidar apenas amigos da minha faixa etária, mais coisa menos coisa. Sim, porque a vida já me deu o prazer de fazer amizades com trinta anos de diferença para a minha idade.
Não falo todos os dias com os meus amigos. Não os vejo todas as semanas. Nem todos os meses. Principalmente nesta fase em que começamos todos a ter a nossa casa, o nosso trabalho e filhos. Mas quando nos juntamos é como se estivéssemos estado juntos ontem. E com estes, sei que se ligar com um "Anda cá já que preciso de ti" eles vêm. A não ser que estejam por exemplo no bloco de partos por terem um filho a nascer.


Pronto a saga dos trinta acabou. Não vos chateio mais com festejos.

TchimTchim dos resistentes


Senhoritas

Quando falar das Joanas, são estas malucas.

Desde a faculdade



quinta-feira, 12 de julho de 2018

Entrei nos 30 (e acabei o dia a chorar muito no quarto)

O meu dia de aniversario foi simples. Almoço com os pais, avós, Zé, Gustavo e miúdas. De tarde brincadeiras no quintal, relax, tenda de bolas, mini piscina e essas coisas todas novas de quem agora é mãe.
Ao final do dia por volta das nove da noite, fui deitar o Gustavo como sempre. Disse-lhe que estava na hora do ó o, de ir dormir, para dizer adeus ao pai e manas, e lá fomos nós.
Deitei-o na cama dele e sentei-me ao lado como faz parte já da nossa rotina. Adormece sempre assim.
Hoje começou a chorar. Chorou e pediu colo. Nunca fui de deixar o meu filho a chorar até dormir portanto peguei-lhe ao colo. No entanto continuou a chorar.
E chorou durante 50 minutos. Nunca em toda a sua vida fez algo assim. Chorava, gritava, esperneava. Poderia pensar que fosse uma dor ou algo assim, mas sinceramente parecia-me birra. Pedia para ir abrir a porta da rua e para ir para a sala. Ele parecia possuído e eu estava a perder o controlo. A certa altura tive uma vontade brutal de lhe dar a maior palmada do mundo e de gritar com força para ele se calar. Consegui respirar fundo e não o fazer.
O Zé veio ter comigo e disse-me para eu sair que ficava ele com o miúdo, que continuava a gritar. Eu suspirei F*odac*e e entreguei-lhe o miúdo. Fechei-me no quarto e chorei, enquanto ouvia o meu filho chorar.
Passado algum tempo voltei a ir buscar o miúdo e levei-o à varanda para ver os aviões. Parou logo de chorar e começou a rir. Os olhos mal abriam do sono, mas por algum motivo não queria dormir.
Estava frio e fomos para a sala. Na sala já com o pai e manas, ia brincando com a mana mais nova mas de vez em quando lá voltava a birra.
Acabou por adormecer na sala deitado no sofá a ver televisão. Eu fiquei sem perceber o que se passou. O que o incomodava ou o que queria. Repito que acho que foi mesmo uma birra gigante. 
Eu sei que há miúdos que fazem muitas birras. O Gustavo também as faz quando é contrariado mas é algo passageiro. Até é um miúdo a quem se dá a volta com facilidade. E isto não foi uma simples birra, levava claramente um óscar.
Não percebi o que foi isto. Senti coisas que nunca senti. Dei por mim no quarto a chorar, a tapar a cabeça com a almofada com vontade de gritar e de partir tudo à minha volta. Senti-me completamente descontrolada. E estava. Não consigo parar de pensar em como me senti no limite e tão perto de perder o controlo. E se um dia isso acontecer? Digam-me que também já se sentiram assim, para não me sentir tão má mãe.
Estou já com uma ansiedade brutal a pensar na noite de amanhã. Se será tranquila como de costume ou se vai ser outra vez o caos. Sei que para quem está a ler isto não foi nada demais. A mim, não me sai o choro dele da cabeça. 
Agora vou tentar dormir e tirar este aperto que tenho dentro de mim. E tentar aliviar estas dores nas costas de ter estado quase uma hora com ele ao colo.
(Talvez descubram erros por aqui, não tive paciência de reler o texto.)

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Assim até parece um anjinho não é?

terça-feira, 10 de julho de 2018

Quase nos 30

Tinha idealizado fazer uma festa gigante quando fizesse trinta anos. Afinal vou fazer só um jantar com os amigos mais chegados. Não sei se é por ter um bebé que me suga a energia, se é por ter perdido a minha avó recentemente, mas não estou assim muito virada para festejos.
Queria chegar aos trinta realizada a nível pessoal e profissional. O lado profissional falhou. 
Ao nível pessoal a minha principal meta era chegar a essa idade com um filho. E cheguei. Não queria ser mãe tarde. Acho que de todos os objetivos de vida realizei o mais importante: a maternidade. E sinceramente superei-me nessa tarefa. 
Não me via como mãe até o ser, apesar de o desejar. Hoje em dia esse é o papel principal da minha vida. Estou rodeada de birras e cocós, e adoro. Às vezes é esgotante, mas sinto-me melhor por saber que o é com todas as mulheres. 
Nos meus planos tinha de chegar aos trinta com carta, carro, e fora de casa dos pais. Check. Tinha de ter trabalhado tanto como educadora como professora. Check. 
Chego aos trinta com a melhor família e os melhores amigos. Pessoas simples e humildes focadas naquilo que para mim verdadeiramente importa: serem honestos, boas pessoas, lutadores, humildes.
Alguns dos amigos que levo para os trinta são amigos de uma vida. Outros mais recentes mas nem por isso menos importantes. Chego aos trinta com amizades que julgava perdidas mas entretanto se cruzaram novamente no meu caminho. Chego aos trinta sem ter cumprido metade das resoluções a que me fui propondo em cada ano novo (quem nunca?). Chego aos trinta a saber que às vezes a vida não é fácil e que temos de fazer escolhas. 
Sempre ouvi dizer que a fase dos 30 é a melhor e a favorita das mulheres. Estou cá para ver isso e depois digo-vos se concordo.



Despedindo dos 29


segunda-feira, 9 de julho de 2018

Os animais são nossos amigos...mas não deixam de ser animais.

Adoro animais. Queria tanto mas tanto ter um cão. Infelizmente não é executável. Como já vos disse somos 5 pessoas num t2. Por gostar tanto de animais só me proponho a ter um quando tiver condições dignas para ele.
Se me saísse um bom dinheiro e eu comprasse uma boa casa com um bom terreno, certamente ia ter não um, mas muitos cães, gatos, até cabrinhas e ovelhas.
Quando morava com os meus pais tínhamos dois gatos: o Nuri e o Tedy. Eram como os meus bebés. Quando saí de casa sentia mais saudades dos gatos que dos meus pais. Acham normal? O Tedy era super dependente de mim e eu sentia-me super culpada por deixa-lo. Para além de a casa para onde fui viver com o Zé não permitir animais, a Gabriela é incrivelmente alérgica a gatos. Fora isso o meu pai também não ia abdicar dos mesmos (já a minha mãe ...).
Desde que o Gustavo nasceu que convive bastante com os gatos. Os meus pais moram muito perto por isso estamos juntos várias vezes. 
De início eles não se incomodavam pois o Gustavo era só um pequeno boneco que não se mexia. Não gostavam quando ele chorava, ficavam incomodados mas nada demais.
Quando o Gustavo começou a gatinhar e a achar-lhes piada, eles começaram a gostar um pouco menos dele. O Gustavo ria-se à gargalhada só de olhar para eles. Adorava fazer-lhes festinhas. Entretanto começou a falar mais, a andar, a correr, e os gatos deixaram de gostar da presença dele. O Nuri limita-se a ignora-lo e até deixa que ele lhe faça festas. O Tedy é um grande medroso, assim que o Gustavo chega a casa ele foge.
Não deixo o Gustavo estar perto dos gatos ou de outros animais sem um de nós estar ao lado dele. Adoro animais, mas são isso mesmo, animais. São imprevisíveis. Na rua assim que o Guga vê um cão começa a chama-lo. As pessoas rapidamente dizem "Pode fazer uma festinha ele não faz mal". Se calhar até não faz. Mas pode fazer. Noto que as pessoas levam um pouco a mal quando não deixo o miúdo ir fazer festas.
O filho de uma grande amiga foi atacado por um cão. O cão era duma pessoa da família e estava super habituado à presença do rapaz. Era duma raça considerada meiga. Naquele dia por algum motivo algo o irritou e o levou a atacar a criança. Tem esse direito. É um animal, não mede as consequências. Esse cão também era um amor a quem as crianças todas podiam fazer festas porque ele não fazia mal. E não fazia até esse dia.
Estávamos na casa dos meus pais e o Gustavo queria ir ter com o Tedy. Como o Tedy é menos de confiança do que o Nuri levei-o ao meu colo e sentei-me perto do Tedy. Sem que nada o fizesse prever o Gustavo deu um estalo no focinho do gato. É preciso eu dizer o que aconteceu a seguir?
Pois é, o pobre do gato não teve culpa, apenas se defendeu. Os animais são imprevisíveis e as crianças também. Apesar de eu estar ali e super atenta, não previ que o Gustavo fizesse aquilo. 
Numa milésima de segundo consegui desviar o Guga que não se livrou de um belo arranhão mesmo junto do olho.
Muitos irão pensar "Ah e tal os gatos são falsos se fosse um cão não acontecia". Nunca vi nas notícias uma criança morrer ao ser atacada por um gato. Para mim não há animais mais falsos que outros.
Seja como for, adoro gatos, adoro cães. Não vou deixar de conviver com animais, mas vou estar ainda mais atenta.  E vou estar ainda mais convicta ao não deixar que o meu filho mexa em animais, por muito ofendidas que as pessoas possam ficar.
Que este triste episódio que ocorreu com o meu filho sirva para impedir que possa acontecer com os vossos. 
Ah, e passados dez minutos o Gustavo já estava a gritar a chamar pelo Tedy.




Momento fofo entre Nuri e Tedy

Um pequeno arranhão como brinde



quinta-feira, 5 de julho de 2018

Passámos por pais irresponsáveis.. não foi fixe.

O Gustavo é muito branquinho e loiro. No entanto temos vindo a descobrir uma coisa este verão: bronzeia-se com imensaaaa facilidade.
Eu e o pai temos a pele morena e ficamos bem escurinhos no verão. A Matilde por exemplo, é bem branquinha mas fica morena mais depressa do que nós.
Eu adoro praia e piscina, no entanto ainda nem dez vezes fomos este ano. Das vezes que fomos tomámos todas as precauções possíveis: não ir na hora de maior calor, levar chapéu de sol, por chapéu ao Gustavo (apesar de o estar sempre a tirar), ter uma tshirt vestida sempre que possível e por muito protetor mineral 50 a toda a hora.
No nosso dia a dia, o Gustavo sai de casa cedo e sempre barrado em protetor solar. Para além disso leva o protetor num saquinho para voltar a pôr se por acaso for passear com os avós, coisa que nunca faz na hora de maior calor, até porque nem os avós aguentam.
Portanto, somos bastante cuidadosos com o sol e com os perigosos associados à sua exposição prolongada. Eu sou mais atenta que o Zé verdade seja dita. Longe vai o tempo em que não ligava a isso e nem protetor punha.
Hoje o Gustavo foi levar uma vacina, e antes de sair de casa,  como estava calor, barrei-o em protetor. Só para ir levar a vacina, e caso quisesse depois ir um pouquinho ao parque. 
No centro de saúde, a enfermeira que até foi uma querida com ele, chama-nos no fim:
- Já foram à praia com ele não já?
Respondemos felizes e contentes que sim. E foi aí que começámos a levar um pequeno sermão porque o rapaz estava muito bronzeado e claramente não tínhamos os cuidados devidos.
Não valia a pena dar grande resposta até porque a senhora não foi de todo rude. Mas sinceramente uma parte de mim não gostou e senti-me julgada de maneira bastante injusta. Podia ser sobre outro assunto qualquer. Podiam julgar-me porque o meu filho tem 18 meses e já come um gelado pequenino de vez em quando. Ou um bolo. Mas não pela questão do sol, porque nisso sou completamente consciente e responsável.
O Gustavo vai continuar a ir à praia, à piscina, ao parque, e a todos os sítios possíveis ao ar livre, porque é onde se diverte mais e é o que lhe faz melhor. Com as devidas precauções, como sempre.

Ps: Amanhã às 16h vamos à praia!!



Eram 10h30 da manhã, estavam cerca de 24 graus, o miúdo estava cheio de protetor 50


Eram 17h , estavam cerca de 22 graus e tinha bastante protetor.