segunda-feira, 14 de maio de 2018

A palmada

Acho que todas as pessoas ao verem um jovem delinquente ou incrivelmente mal educado já pensaram que uma palmada no momento certo, poderia ter evitado tais ações.
Acho que a grande maioria das pessoas ao verem uma criança gritar para a mãe, fazer uma birra descomunal no supermercado ou até mesmo levantar a mão à mãe já pensaram, ou até comentaram "Ai se fosse meu filho levava cá uma palmada!".
E agora a parte profissional. Também acho que quase todas as educadoras ou professoras, ao lidarem com crianças mais traquinas ou mesmo mal educadas (porque as há, desculpem mas há) também já pensaram "Umas boas palmadas em casa e não era assim de certeza!".
E quase aposto que a maioria das mães já deram pelo menos uma palmada ao filho.
Eu já fui essas pessoas todas e já pensei isso tudo que referi. Tanto como mulher, como educadora, como professora.
Depois fui mãe e durante muito tempo continuei a pensar assim. Até ao dia em que o Gustavo me desafiou e levou uma palmada.
Não tenho a certeza se aquilo pode ser considerado uma palmada. O que eu sei, é que ele chorou uns segundos. Já eu, depois de ele adormecer, chorei umas horas. E pensei, pensei muito.
Não é aquela palmada que vai fazer com que ele não volte a ligar e desligar o botão da tv enquanto olha para mim e ri.
E depois fiquei aqui a matutar nos meus pensamentos, que foram principalmente estes: se eu lhe bato, como posso ter moral para depois lhe ensinar e explicar que não se bate e que as coisas se resolvem a conversar? E quando ele depois achar normal a palmada e for para a escola dar palmadas nos amigos quando estes fizeram algo que, no seu entender está errado? Afinal eu também lhe dei uma palmada porque no meu entender ele fez algo errado.
Depois penso na minha versão profissional: eu passo a vida a educar e cuidar dos filhos dos outros sem lhes bater, e consigo fazê-lo bem (modéstia à parte). Então e o meu vai ser educado à base da palmada? 
Como mãe inexperiente, tenho mesmo curiosidade em saber a vossa opinião sobre o tema. E se não forem mães mas lidarem com crianças, também estão livres de me fazer chegar os vossos pensamentos.

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Gustavo a testar os limites dos pais, 2018.

1 comentário:

  1. Catarina, todos nós pensamos assim com os filhos dos outros, mas quando passamos pela situação sabemos que nao é com palmadas, ou melhor, ha situações que até é, quando eles começam a perceber que a palmada é o "castigo" para aquilo que está errado de se fazer.
    Eu com o Bernardo (o mais velho) foi de tudo (lol) foi palmada que acho na altura certa, foi parar a situação e olhar nos olhos, acalmar e dizer "Barnardo olha a mãe, isso nao se faz..." Mas agora com o mais novo reparei que as palmadas que dei ao Bernardo foram todas assimiladas pelo mesmo, visto que quando nao gosta quando o irmão lhe faz algo pimba vai de palmada, ou seja, neste momento tenho os dois á chapada um ao outro por tudo e por nada (se arrependimento mata-se) agora tenho de lutar pelo contrário de castigos sem palmadas a ambos, a conversas curtas com o mais velho, e a reprensões olhos nos olhos aos dois.
    Mas também te digo que quando digo ao Bernardo "Bernardo quer levar uma palmada" ele sabe e pára a maldade que está a fazer.
    Por isso olha estamos sempre aprender, só passando pelas situações, melhor, só quando são os nossos, porque sempre lidei com crianças desde muito nova e olha ...

    Beijinhos
    (desculpa o testamento 😘)

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