Versão educadora
Então queridos pais, vamos
lá a ver se “a gente” se entende. "Se te baterem bate ainda com mais força?
Então eu enquanto educadora
passo todo o santo dia, todo o santo ano, a explicar que não se bate. Eu conto histórias sobre o assunto, eu
converso com eles, eu explico o porquê de não se bater, fazemos projetos sobre
essa questão da violência …. Eu passo-lhes que se lhes baterem, devem ir ter
com o adulto mais próximo para que ajudem a resolver a situação, ao invés de
baterem também.
Reparem, se uma criança
bate, e a outra responde batendo, e a primeira bate ainda mais, depois bate a
segunda ainda mais, não saímos daqui, deste efeito de bola de neve. Violência
gera violência, certo?
Depois, se ensinamos às
crianças que se lhes baterem devem bater mais e com com mais força, estamos a
incutir-lhes que a justiça se faz com as próprias mãos? Eu sei, que mesmo a nós
adultos, às vezes dá essa vontade,
principalmente quando vemos crimes hediondos serem punidos com penas leves, mas
não me parece razoável incutir isso numa criança, num ser humano que está a
crescer e a aprender a viver em sociedade.
Agora, mais importante que
tudo. Então os pais querem ensinar os filhos que devem reagir batendo com mais
força? Isso significa que se um dia for o vosso filho a bater, o agredido deve
bater ainda com mais força no vosso filho, é isso?
Eu entendo que para o
coração de mãe ou pai seja difícil ouvir o filho dizer que lhe bateram, mas
tentem concentrar-se nisto:
·
São miúdos. Os miúdos batem, incluindo os
vossos filhos. Posso garantir que por cada 20 crianças que apanhei nos meus
grupos, apenas uma não bate. De resto TODAS as crianças batem. Ou porque lhes
tiraram um brinquedo, ou porque o colega não quis brincar com ela, ou porque
lhe disseram alguma coisa que não gostou de ouvir… mas mais importante ainda, é
saberem que as próprias crianças depois de se chatearem, já são super amigas.
·
Quando as crianças dizem que lhes bateram ,
há uma tendência (e eu percebo porque também tenho um filho em quem batem) em imaginar
o nosso filhote no chão a ser agredido ao soco ou pontapé. Não é isso que se
passa. NADA mesmo. As crianças não têm a
mesma noção de bater que nós temos. Eu estou presente e vejo. “AAhhhhh
catarinaaaa ele bateu-meeeeee”, diz o João. “Oh rapaz, eu estava a ver, ele
puxou-te o ombro para te chamar”. “Ah pois é afinal não bateu só parecia”;
·
Por cada vez que o vosso filho chega a casa a
dizer que alguém lhe bateu, há possivelmente uma criança a dizer em casa dela
que o vosso filho lhe bateu;
Portanto, por muito difícil
que seja, por muito que queiram esganar a criança que fez mal ao vosso filho,
pensem nisso mesmo, é só uma criança. E sempre que se sintam incomodados ou
preocupados com alguma situação deste tema, falem com o responsável do vosso
filho, seja o educador ou professor. Na grande maioria dos casos não há mesmo
motivo para preocupação, mas quer haja ou não, estamos aqui para vos receber e
ouvir com atenção os vossos receios e angustias e para dar resposta aos mesmos.
Versão mãe
Filho, nunca dês a primeira,
mas nunca leves a segunda.
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Matilde e Gustavo |
Eu concordo com tudo o que diz mas quando um filho chega a casa diariamente pisado e bem pisado, a sua personalidade dócil transforma-se em revoltado, inseguro perde a autoestima, começa a perder o interesse pela escola 2a classe) abordamos com educação a mãe da outra criança que ignora pois acredita ter a melhor perfeição do mundo, abordamos escola, professores e A perseguição continua, passa de física a verbal a física como se sente vigiada passa a incentivar outros a baterem por ela, que fazer como pais? Quando toda a gente sabe mas por motivos que desconheço não se querem meter em defesa da verdade??!!! Pois agora digo eu hoje leva a minha mas um dia levaram outros na vez dela e aí talvez se lembrem que tudo seria melhor se protegessem a minha. Eu fui obrigada pelo bem estar dela e nosso pois foi um ano terrível, a solução foi mudar de escola com esperança que todas as marcas e traumas se vão com o tempo.....
ResponderEliminarDeve ser muito difícil mesmo. Para o mudar de escola imagino o que devem ambos ter sofrido. Espero que tudo esteja a correr melhor! Beijinho grande
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