quinta-feira, 5 de março de 2020

A NOSSA experiência com as cólicas.

Penso sempre antes de escrever textos que incluam referências a medicamentos. Quem lê deve ter noção de que este caso, é o NOSSO caso, e que todas as  medicações que demos ao nosso filho foram prescritas e/ou recomendadas pelas suas médicas.

A maioria dos bebés têm cólicas. Alguns mais, outros menos… 
Aqui o nosso bebé, rebentou com a escala. Passaram três anos e três meses, e só agora consigo escrever sobre este assunto.
Não sei se todas as experiências com cólicas são tão penosas como a nossa. Sei que aqui em casa foi um filme de terror. 
Começou tinha o Gustavo cerca de 3 semanas... gritava, contorcia-se, dava puns.. tudo isto sem cessar, mais ou menos das seis da tarde à meia noite. Sim, ele tinha três semanas e estava essas seis horas seguidas em sofrimento (ele e nós). O choro era constante, sendo que quando esticava as pernas ficando com o corpo rígido, soltava uns uivos agoniantes. Íamos tentando fazer aquelas massagens com as perninhas que recomendam, soltava uns valentes puns, mas não dava sinais de ficar mais calmo.
Primeira paragem sobre o assunto na pediatra. 
Eu já tinha ouvido muitas mães falarem de cólicas, mas em nenhum dos cenários o bebé gritava roxo de esforço tantas horas seguidas. Como mãe de primeira viagem de um recém nascido, obviamente que me preocupei. Muito.
A pediatra referiu ser um caso típico de cólicas e aconselhou o Gustavo a tomar umas gotas de Colimil. Fora isso, continuar as massagens com as perninhas e massajar a barriga em forma circular. Duas semanas se passaram e nada de diferenças.
As crises continuavam intensas. Quando eu digo que ele gritava das seis da tarde à meia noite, não é um exagero. Estou há seis anos com o Zé e foi a única altura em que o vi chorar. 
Passadas duas semanas de estar a tomar o Colimil, foi dia de ir à medica de família. Adoro a minha médica de família: é muito atenciosa, preocupada, sincera, disponível, perde todo o tempo do mundo para avaliar cada caso. 
Após o que expus sobre o quadro das cólicas, disse-me que poderíamos experimentar o BioGaia e o Coliprev. Disse que na sua experiencia com bebés com cólicas, esses eram os medicamentos que faziam mais efeito. Disse também que não tinha a certeza de ser porque os medicamentos eram realmente eficazes, ou por coincidência. Fez-nos ver que assim como as cólicas vêm de um dia para o outro, também vão de um dia para o outro, e que é um tema com poucas certezas absolutas. Também nos falou sobre estimular o rabinho do bebé com um tubinho de bebégel mas sem usar o gel.
Mais três semanas se passaram… e nada.
Mudámos de pediatra (esta era a que inicialmente queríamos mas não tinha vagas, é a pediatra do Gustavo até hoje). Voltámos a contar a história toda. Disse-nos quase o mesmo que a médica de família tinha dito. Que as cólicas vêm e vão, e que pela experiencia dela há infelizmente muitos bebés em que nada resulta. Explicou-nos que existia um medicamente que vinha de Londres porque não era aprovado em Portugal, mas que na sua opinião era seguro. Alertou-nos também para o facto de não ficarmos muito esperançosos. Infacol, era o nome do medicamento milagre. Pus-me a ler sobre ele e quase todas as mães diziam maravilhas sobre ele. Uma prima minha trouxe-me umas quantas embalagens milagrosas. Usámos uma embalagem… duas…. os dias e as semanas iam passando… e nada. Não resultou.
Foram quase quatro meses que pareciam um pesadelo. Por vezes sentia que não era real, tal não era o estado em que a situação me deixava. 
Comecei a pensar que o miúdo era alérgico ao meu leite. Não podia ser normal este quadro de cólicas e ninguém me ajudava realmente. Durante um dia, dei leite de lata em vez de dar do meu. Nada mudou. Deixei de comer determinados alimentos, ainda que a opinião das minhas medicas sobre se os alimentos que a mãe come influenciam as cólicas do bebé não tenham sido unanimes.  Falei ainda com uma nutricionista sobre isso. Mudei algumas coisas da minha alimentação. Nada. Bebi chá de funcho e o raio que o parta, pois li nalguns livros que tinha efeitos sobre o leite materno e por consequência sobre as cólicas do bebé. Nada. Nunca levei o Gustavo para o meio de confusões rodeado de pessoas, luzes, barulhos, por ler que isso também poderia ter influencia nas cólicas. Foi um bebé muito reservado de todas essas confusões que lhe podiam causar mais stress (também li que as cólicas eram fruto do stress dos bebés). Experimentei um chá da farmácia para bebés com cólicas, cujo nome sinceramente não recordo. 
Um dia, o Gustavo não chorou, não gritou, não se encolheu de dores, não deu puns. Assim como as cólicas vieram dum dia para a outro, também foram. Pelo meio ficaram umas boas centenas de euros em quatro medicações diferentes, e nunca vou saber se alguma teve algum efeito positivo no Guga, mas penso sinceramente que não.


Podem seguir a minha vida em fotos aqui.
Um mês de Guga

Três meses de Guga.


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