sexta-feira, 8 de junho de 2018

Quando as mães estão doentes.

Quando o nosso bebé nasce, deixa de ser sobre nós e passa a ser sobre eles.
Acordei doente. Nada demais, apenas muito constipada e cheia de dores no corpo. Mal conseguia ter os olhos abertos, há muito tempo que não me sentia assim. 
O Gustavo acordou e veio para a nossa cama gritar pela mamã e pedir para lhe cantar a música das galinhas. Saltitava e agitada as mãos no ar com um grande sorriso. Expliquei que a mamã estava doentinha e não conseguia. Claro que ele não percebeu. Foi buscar o seu livro favorito do momento (uma história qualquer de fadas que lhe ando a contar umas trinta vezes por dia). 
De olhos ainda fechados lá disse eu algumas frases do livro que já sei completamente decoradas, só para ele não ficar triste.
A última coisa que me apetecia era cantar ou brincar. Ficar debaixo dos lençóis enroscada depois de tomar um beneroun e de despejar soro pelo nariz era a minha ideia de dia bestial.
O Gustavo foi para os avós e eu fiquei aqui por casa enrolada em mantas a por soro no nariz, fazer vapores, com a televisão ligada mas sem ver nada, ligeiramente bloqueada. Olho para a sala que devia ser arrumada ou limpa já que estou por cá mas não tenho coragem nem força. Estou sentada no sofá há três horas a pensar em ideias que tenho para o blogue já pensadas mas nada me sai.
Logo o Gustavo vai chegar a casa a gritar e saltar, alegria tão própria dele. E eu não me sinto mesmo com forças para partilhar essa alegria com ele. Mas depois sinto-me culpada, porque ele não tem culpa de eu estar assim e não percebe o porquê da mãe estar diferente. Penso eu, pelo menos.
Isto de ser mãe é difícil. Continuamos a ser simples seres humanos que também adoecem, mas pensamos que somos super heroínas. E quando não o conseguimos ser, ficamos assim como eu estou neste momento. Irritada, a sentir-me fraca e culpada.




(imagem de https://ru.pngtree.com/freepng/sick-girl_2692157.html)

2 comentários:

  1. Desde que os gêmeos nasceram já fiquei doentes algumas vezes, infecçºoes respirat+orias, gastroenterite, e até uma ciurgia. Custa, mas chamam sempre a mamã. E quando chamam a mamã, a mamã vai logo! É assim, nos mães somos uma força da natureza. O pedido deles é superior a qualquer outra coisa. Acho que desde que nascem, as nossas doenças deixam de contar...

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  2. Às vezes simplesmente não conseguimos e não tem mal nenhum pedir ajuda! Somos mães e não heroínas é isso mesmo!

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