quarta-feira, 6 de junho de 2018

Preocupação ou cusquice?

Hoje dei por mim a pensar nos adolescentes. O meu ainda é um bebé mas a irmã já vai fazer 14. Ao meu redor também tenho amigas e colegas com filhos por essas idades. (Idade assustadora bolas!) E mesmo não tenho filhos, tenho a Gabi. Até gosto da miúda. É filha do coração e preocupo-me com ela. Espero que ela não leia isto senão fica estupidamente convencida.
Não foi assim há tanto tempo que fui adolescente. Eu até fui daquelas que fui criança até mais tarde e por consequente, adolescente até mais tarde. Lembro-me bem de como era e do que fazia. O "Não faças isso" ou "Não te deixo" eram as frases típicas do fruto proibido (o mais apetecido). Havia no entanto uma grande diferença: as redes sociais não eram como hoje.
Estamos constantemente a ver nas noticias problemas graves de violência que começaram nas redes sociais. Começam quase todos da mesma maneira: uma rapariga que falou com o namorado de outra rapariga. Esta aqui em casa ontem pôs uma fotografia numa dessas redes, coisa que por acaso não é muito comum. Passados segundos começou a receber likes e comentários. Isso é aquilo que conseguimos ver. Mas e os comentários que podem enviar em privado? E as conversas que pode ter na internet em privado? 
Há pouco tempo uma amiga minha chegou a casa. Esperou, esperou, e nada da filha. Telefonava, o telefone estava desligado. Começou a procurar as amigas da filha até descobrir algo. E descobriu que a filha, adolescente, menor, tinha decidido ir ter com o namorado (sim ela aparentemente tinha um) sozinha, apanhando vários transportes. Engane-se quem pensa que só acontece aos outros, acreditem! Esta história teve um final feliz mas podia não ter tido.
Aqui a minha questão é a seguinte. Se a minha amiga tivesse invadido a privacidade da filha e tivesse ido ler as mensagens, tinha sabido desta sua intenção. Qual a barreira entre o tentar proteger os nossos e estarmos a invadir a sua privacidade? E como explicar a um adolescente que queremos ler as conversas privadas que têm. E será isso preocupação da parte do adulto ou às vezes pode ser só cusquice?
Uma outra colega, com um filho também adolescente, começou a notar que este estava com um comportamento muito diferente do habitual. Ao ver as mensagens do filho, sem autorização do mesmo, descobriu que este estava a ser vítima de violência psicológica pelos colegas: mandavam montagens feitas com a cara dele, chamavam nomes, gozavam. Mais uma vez, qual a barreira que separa o estarmos preocupados e o sermos apenas cuscos? 
É muito bonita a conversa do "Ah e tal, é preciso é confiança e eles saberem que nos podem contar tudo." Eles sabem. Mas regra geral, não o vão fazer.
Estava também recentemente a ver o canal Crime e Investigação, que adoro. Uma rapariga falava online com o primo duma amiga. Parecia estar tudo certo, ela seguia o que os pais lhe diziam de não falar com estranhos. O rapaz não era estranho. Já o tinha visto algumas vezes em festas da amiga, andava numa escola perto dela, era apenas dois anos mais velho. O que ela não sabia é que esse primo da amiga que ela conhecia, não era a pessoa do outro lado do computador. A história acabou mal demais para vos contar o desfecho.
Portanto, o que podemos fazer? E será que podemos mesmo fazer algo? Estará ao nosso alcance? É assustador mas não tenho a certeza se estará. Acho que nenhum jovem ficaria feliz se a mãe o obrigasse a ter a sua palavra pass das redes sociais e telefone ainda que fosse para sua segurança. Mesmo que o fizesse, querer é poder. Acredito que acabariam por criar uma outra conta sem que os pais soubessem ou utilizar telefones de amigos. 
Parece que hoje em dia os adultos não têm controlo sobre os jovens, mesmo quando pensam que sim. E isso deixa-me de coração apertado e a morrer de medo. Não podemos estar sempre a pensar no pior, mas efetivamente as coisas não acontecem só aos outros.

Sigam a nossa página no facebook

Gabi. Possivelmente a miúda mais gozona do mundo.

Pois. Goza até com ela própria. Haja paciência.


1 comentário:

  1. Aqui temos uma miuda de dez anos mas que ja quer ter redes sociais o problema e que ela e muito influenciavel. ate agora temos aguentado mas as amigas todas tem instangram facebook etc e algum dia vamos ter de ceder. nao sei como vai ser

    ResponderEliminar