O Gustavo fez dois anos há um mês.
Li e pesquisei muito sobre essa faixa etária, também motivada por muitos títulos que ia lendo na internet: "Os terríveis dois anos", "Dois anos, a adolescência da criança", "Como lidar com os terríveis dois anos".
Sim, o Gustavo faz algumas birras. Às vezes atira-se para o chão e esperneia. Às vezes faz-nos passar vergonhas em público. Tal como uma criança com três anos. Ou quatro. Ou cinco. Aqui a Gabi ainda o fazia com nove anos. Sim é muito teimoso e quer fazer tudo, mas mesmo tudo, sozinho. Sim, lida muito mal com a frustração.
Mas sabem o que tenho vindo a descobrir que os dois anos também trazem? Palavras, abraços, expressão de emoções e sentimentos.
Desde que fez os dois anos o Gustavo nunca mais se calou. "Mamã, estás pronta?" perguntou ele hoje quando saí do banho. Pedi-lhe que me fosse buscar as toalhas e o pijama. Trouxe-me tudo direitinho e afirmou "está aqui mamã!". Não há nada de terrível nisto.
Começou também a saber explicar-se e a pedir que as suas necessidades fossem satisfeitas: "Mamã água", "Papá leite", "Mamã brinca comigo". Também não há nada de terrível nisto.
Terrível foi a fase das cólicas em que estava cinco horas seguidas por noite a chorar. Terrível foram os três primeiros meses em que se recusava a tomar banho. Terrível foi a subida do leite. Terrível foi quando começou a mostrar sinais de anorexia fisiológica e se recusava a comer absolutamente tudo. Terrível vai ser se um dia se meter em confusões com colegas na escola. Terrível vai ser se um dia começar a explorar a sua sexualidade sem se proteger.
Há dias difíceis, claro que sim. Mas vão existir sempre. Afinal, sempre ouvi dizer: filhos criados, sarilhos dobrados.
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Os dois anos do Gustavo. |