quarta-feira, 27 de junho de 2018

As respostas dos miúdos

Isto de trabalhar com crianças tem coisas maravilhosas e já vos disse que as coisas que às vezes dizem ou escrevem, são do melhor. Não só me fazem rir imenso como na grande maioria das vezes a sua resposta faz muito sentido, ainda que não fosse o pretendido.
Ficam aqui alguns tesourinhos que decidi partilhar convosco. São de turmas do primeiro ao quarto ano.

Pergunta: Explica por palavras tuas o ciclo da água.
Resposta: É redondo porque o nosso planeta também.

Pergunta: O que são animais viviparos?
Resposta: Eu não sei mas é para isso que estou na escola para aprender.

Pergunta: O que são os direitos da criança?
Resposta: São as coisas que elas podem receber depois os indireitos elas  têm de fazer.

Pergunta: Se o João tinha dez euros na carteira e a mãe lhe deu oito euros, com quanto dinheiro ficou o João?
Resposta: Muito rico.

Pergunta: Indica quais as camadas da pele:
Resposta: A de cima e as outras por baixo.

Um texto falava de uma menina que andava a conversar com animais para os ajudar em determinadas tarefas. 
Pergunta: Caracteriza a menina.
Resposta: Maluca porque os animais não falam. -» minha favorita 

Após observarem uma imagem tinham de fazer a descrição fisica de uma menina.
Resposta: Cabelo comprido morena e xexy.


Sigam a nossa página aqui

Chegámos ao Instagram  aqui.



Imagem retirada do google








Meu Deus, somos humanos.

Estava eu numa esplanada a apanhar um sol bom, quando a mesa colada a mim começa com uma conversa sobre professores. É comum, as pessoas são livres de terem opiniões e de as partilharem, mas desta vez a coisa fez-me mesmo comichão.
- Epah achas normal que o professor do Martim estivesse a fumar no café em frente à escola? - Pergunta uma senhora para a amiga.
- Olha deixa lá que a professora da Joana agora no facebook tem uma fotografia dela na praia de biquíni como perfil. É cá um exemplo.
Bem, eu não fumo e na minha foto de perfil não estou de biquíni. Ainda assim penso que o professor do Martim e a professora da Joana são livres de fumarem ou colocarem fotografias de biquínis nas redes sociais. 
Eu sei que pode chocar algumas pessoas, mas a verdade é que os professores são seres humanos. Uns melhores que outros, tal como em qualquer outra profissão. 
São pessoas que fumam, que vão à praia, que gostam de beber um copo com os amigos. Que vão a festivas de verão.... que riem, que choram, que se divertem, que discutem...
São professores e têm de agir como tal. Certo. Dentro do seu local de trabalho. Um bom professor não fuma na escola, não diz asneiras, não leva batatas fritas para o seu lanche da manhã. Devem lembrar-se sempre de que são o exemplo daquelas crianças. Porém, os pais também se devem lembrar que do portão para fora os professores têm uma vida como outra pessoa qualquer.
Infelizmente o salário da maioria dos professores (contrariamente ao que alguns seres da sociedade defendem, sem conhecimento de causa só pode) deixa muito a desejar. Tenho pelo menos três colegas que já trabalharam em bares à sexta e sábado de noite para conseguirem fazer face a despesas. Não fez delas piores professoras. Fez delas seres humanos honestos e esforçados. Tenho uma outra colega que faz bolos para venda. Outro dá treinos de futebol. Outra dá explicações. 
O meu marido como sabem também é professor. E sabem onde começámos a namorar? Numa discoteca. Isso mesmo, os professores também saem à noite.
No meio disto o mais engraçado é que as mães do Martim e da Joana(nomes fictícios) estavam de biquíni (não sei se iam tirar fotos e por no facebook, possivelmente até não iam) e a fumar. Juro que estavam. É esta hipocrisia que dá cabo de mim, juro.
Onde quero chegar é apenas aqui: aquilo que é eticamente ou moralmente correto ou errado, não o deveria ser independentemente da profissão da pessoa em causa? Eu acho que sim.


Sigam a nossa página aqui

A Elisabete e o Paulo são ambos professores e gostam de festivais.

A Ana é educadora e gosta de desportos aquáticos.

A Catarina e Marta são professoras e gostam de conversar e beber um copo (ou uma garrafa neste caso)





segunda-feira, 25 de junho de 2018

Foi o que me safou .. ai foi, foi.

Será que no pós parto iria ser daquelas mulheres que parece que nem grávidas estiveram, que saem da maternidade em grande e em bom, arranjadas, maquilhadas, que continuam a sua vida exatamente igual como se nada tivesse acontecido com fotos lindas no instagram?
Ou será que ia ser daquelas a quem ia parecer que lhes passou um camião por cima, descabelada, de fato de treino, a tomar banho a correr e sem a depilação feita?

..... (tempo para pensarem) .......

Sim, pensei que ia ser das segundas. E fui. Sem problemas em admitir.
Os banhos passaram a ser a correr. Creme no corpo depois de tomar banho nem pensar. Amaciador no cabelo muito raramente. Maquilhagem ou acessórios? O que é isso?? 
Sinceramente era algo que me incomodava um pouco mas não conseguia mesmo que fosse de outra forma. Não conseguia estar horas no banho a por amaciador e a deixar atuar, ou por um creme no corpo depois do banho enquanto ouvia o Gustavo chorar. Não sei se é por ser mãe de primeira viagem, mas era incapaz de o ouvir a chorar e ficar indiferente nem que fosse por um minuto. E as noites eram um caos. Eu simplesmente não dormia de noite, não dormia de dia, portanto era uma sorte conseguir ter forças para tomar um banho rápido, mais que isso não conseguia.
E agora ponho-me a pensar, e se a juntar a este caos ainda tivesse de me depilar?
Não tive de o fazer. Mas estava linda e maravilhosa sem um único pelo. Felizmente há dois anos atrás tinha descoberto a depilação definitiva. Andei uns bons anos ainda a pensar nisso, mas achava muito caro e tinha receio de ficar com alguma queimadura ou algo do género.
Quando comecei a pensar no assunto a sério andei a informar-me e a pedir opiniões. Recomendaram-me a UrbanClinique de Santa Marta de Corroios. Não era exatamente ao lado da minha casa, mas para me meter nesta aventura tinha de ser com os melhores. Neste caso com a melhor: a Marta. Uma profissional muito competente que largou tudo para se dedicar à estética e abrir o seu próprio negócio.
Só lamento não o ter feito mais cedo. O caro acabou por me sair barato. Quanto a vocês não sei mas quando fazia depilação a cera, passadas duas semanas no máximo já tinha pelos. E depois com a cera é aquela seca de ter de esperar até o pelo crescer para arrancar. Então e até lá? Para estar bem sem pêlos tinha de me depilar de 3 em 3 semanas. Com o laser comecei com uma vez por mês, e neste momento faço duas vezes por ano. Nunca mais soube o que era um pêlo encravado. Nunca mais soube o que é querer vestir calções mas tinha de analisar bem se fazia com a lâmina ou se esperava até poder tirar com cera.
Imaginem o que é não terem pêlos onde não querem. É só a melhor sensação de sempre. Obrigada a quem se lembrou disto. 
Se estiverem a pensar nisso, avancem. Se morarem perto de Almada ou do Seixal nem pensem mais, é na UrbanClinique Santa Marta com a Martinha. Se morarem longe, tenham atenção ao local que escolhem. Atenção que o barato sai caro. Vejo pequenos cabeleireiros de esquina que fazem depilação a laser ao corpo todo a um preço muito barato. O equipamento laser é muito caro. As formações das técnicas também. Portanto na minha opinião, se for muito barato é de desconfiar. Lembrem-se que o laser pode causar queimaduras permanentes. Posto isto pesquisem um pouco na internet, peçam opiniões a amigas, e vivam uma vida sem pelos.

UrbanClinic StaMarta - Saibam mais aqui

Sigam a nossa página aqui


Marta, UrbanClinic Sta Marta

Marta, UrbanClinic Sta Marta

Marta, UrbanClinic Sta Marta

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Tinha medo que este dia chegasse... e chegou.

Sempre senti muito medo do facto do Gustavo ter duas irmãs que vivem em custódia partilhada somente por esta questão: e quando elas não estiverem? E como explicar que elas vão para a mãe? Ele há-de pensar: Vão para a mãe?! Mas a mãe és tu.
Sempre me foram tranquilizando dizendo que ele vive essa realidade desde o nascimento e que não havia de lhe fazer confusão. Eu também comecei a pensar assim, fazia sentido.
Eu só não esperava que ele começasse a querer saber das manas quando ainda não lhe consigo explicar, porque não fala. Eu até lhe explico, falo com ele de tudo, mas ele fica a olhar para mim com cara de parvo.
Quando chega o dia das manas irem para a mãe, depois de terem estado aqui uma semana, o Gustavo acorda e vai a correr para a cama delas a chamar "mmaaannnaaaaa, ooh mannnaaa. Biiiiiii". Ele chama mana à Matilde e Bii à Gabriela. Nós explicamos que as manas não estão cá e ele de olhos arregalados diz "Num há cá!" E por momentos passa.
Por vezes quando está a fazer uma das suas gracinhas, como dançar, chama as manas para o virem ver. Mas elas não estão. Outras vezes quando come a sopa toda e quer mostrar às manas que foi lindo, chama as manas. Mas elas não estão. 
Ele tem um telefone de brincar e volta e meia dou por ele a falar ao telefone, a palrar, e lá vai dizendo "mana" e "Bi" pelo meio. Outras vezes vai mesmo buscar o telefone do pai e pede para falar com as manas. E fala. Fica numa excitação quando ouve a voz delas.
Esta semana pela primeira vez foi mais difícil. Quando entrávamos no carro começava a chamar pelas manas a pedir para ir ter com elas. Fomos às compras e passou o tempo todo pelos corredores a apontar e a chamar por elas. Ontem à noite foi o pior. Pediu para falar com as manas e o Zé ligou-lhes. Elas não atenderam. O Gustavo chorou, chorou muito a chamar por elas, e eu depois de noite também chorei e tentei pensar como iria ser daqui para a frente. Mas não consegui pensar em nada de jeito e sinceramente sinto-me um pouco perdida. Pela primeira vez não consigo mesmo ajudar o meu filho e não sei o que fazer para minimizar a falta que as irmãs lhe fazem.


Gustavo a ligar para a "Bii" 



terça-feira, 19 de junho de 2018

Sou mãe solteira e não sei? E se fosse?!

Eu já vos tinha dito aqui que não somos um casal fofinho nem romântico. Nem eu o sou nem ele o é.
Não costumamos andar de mãos dadas ou abraçados, não costumamos andar aos beijos pela rua. Não que eu tenha algo contra quem o faz, acho lindo, nós é que não somos assim. 
Como não somos fofinhos, não temos muitas fotografias fofinhas. Depois há ainda outros fatores tais como os nossos telemóveis não terem grande qualidade para tirar fotografias, não termos paciência para andar a fotografar cada passo que damos e principalmente o Zé detestar tirar fotografias. Quando o faz é com um esforço imenso e não se sente nada à vontade.
Portanto a verdade é que não temos muitos registos fotográficos juntos, e os que temos não são assim tão giros que mereçam ser partilhados. 
Por diversas vezes que já recebi mensagens (não relacionadas com blogue nem de leitoras do blogue) a perguntar se não estou com o pai do meu filho. Recebi uma mensagem a semana passada que perguntava apenas "Então está tudo bem contigo e com o miúdo? Já não estás com o pai dele pois não?". Não me dei ao trabalho de responder confesso. Há alguns meses também me tinham enviado mensagem no Facebook a questionar se estava com o pai do meu filho ou se o Gustavo tinha sido um acidente. Um pouco incrédula respondi que sim, que estava com o pai dele, e que não percebia a pergunta. A resposta foi a seguinte: Ahhh ok. È que nunca pões fotos com ele.
Então é isso!! É por isso que por vezes me perguntam se sou mãe solteira. Porque não ponho fotografias com o Zé nas redes sociais. Baaahhh as redes sociais. As pessoas hoje em dia vivem tão obcecadas com elas que chega a parecer que só o que é postado online é válido.
Eu vejo realmente redes sociais inundadas com dedicatórias de amor, com fotografias do casal com poemas na legenda, fotografias do seu jantar romântico, da sua ida ao cinema, do seu passeio de mãos dadas, do seu longo beijo de língua.... O que eu acho é que o tempo que perdem a publicar tanto amor podiam passa-lo a viver esse amor. E nem vou comentar os casais que mostram todo esse amor online, mas offline não têm ali nada que os una. Chego a pensar que quem tem necessidade de mostrar aos outros o seu amor todos os dias, pode não estar assim tão seguro do seu amor. Mas isto sou eu aqui a divagar.
Portanto sim, estou com o pai do meu filho. E não, não vou começar a tirar fotos dignas de capa de um livro romântico porque isso não sou eu, não somos nós.
Mas agradeço imenso a preocupação. 
Em relação ao Gustavo ter sido um acidente, nunca vi uma pilinha tropeçar por acaso num pipi. De qualquer modo, ele foi pensado durante uns bons meses até tomarmos essa decisão, se isso deixar alguém mais descansado.


Um casal não fofinho numa praia perto do Meco, 2015

OMG s miúdas, que bebés, como o tempo passa!! 2014

Opaaaaa afinal temos uma foto fofinhaaaa. 2015

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Um quarto para os três

Sim, aqui em casa somos cinco pessoas em dois quartos. 
Sim, temos um bebé, uma criança e uma adolescente no mesmo quarto. Isso foi algo que já me incomodou e que já me fez sentir alguma vergonha confesso. Mas já lá vai.
Quando engravidei andámos a ver casas com mais um quarto e até vimos uma ou outra em conta e do nosso agrado. Depois começámos a pensar na ideia de mudanças comigo grávida e essa ideia de mudar de casa foi perdendo força. Começámos também a pensar que o bebé poderia ficar no nosso quarto até mais tarde e depois então logo mudaríamos.
O Gustavo tinha quatro meses quando a pediatra disse que estava na hora de ele ir para o quarto dele. Respondemos que sim sem dar grande conversa. Não o íamos fazer porque ele não tinha um quarto dele. Na consulta dos cinco meses voltou a referir a importância de ele sair do nosso quarto e perguntou se já o tínhamos feito. Com alguma vergonha respondemos que não podia ser porque não havia outro quarto.
- Ah.. a casa só tem um quarto é? - Perguntou ela.
- Tem dois mas o outro é das irmãs... - Respondi eu.
- E já não tem espaço nenhum para colocar a caminha dele é? - Voltou a questionar.
- Tem.. mas pronto três num quarto .. é estranho nem nunca ouvi. Coitados. - Disse eu.
- Coitados? Porquê?! Os meus filhos estiveram os três no mesmo quarto durante muito tempo e nem foi pela falta de outro quarto. - Esclareceu ela.
A sério? Epah, se uma médica, pediatra bem conceituada, teve os três filhos num quarto, também podemos ter. 
Falámos com as miúdas sobre essa hipótese e imagine-se, ficaram felizes. Como assim, felizes por terem menos espaço e partilharem o espaço com um bebé?
O meu avó ofereceu-nos um beliche e seguimos então com essa ideia. Combinámos que seria até ele fazer um ano e depois voltaríamos a ver casas.
Entretanto o preço das casas disparou tipo buuuéééé portanto, a hipótese de mudar voltou a estar posta de parte. E não faz mal. 
Como uma família comum estamos muito mais tempo fora de casa do que em casa. Uns no trabalho, outros na escola, é essa a realidade. Inclusive mesmo nos nossos tempos livres é raro estarmos em casa. Se estiver bom tempo essa questão nem se põe: praia, parque, jardins... ar livre sempre que possível. Se estiver mau tempo lá temos de estar mais por casa, principalmente desde que o bebé nasceu. Mas sabem que mais? Estamos sempre juntos.
Apesar de termos uma sala e dois quartos, é raríssimo não estarmos todos na mesma divisão. Ou a ver um filme, ou a fazer um jogo, seja o que for. Se por vezes não estamos todos juntos, os miúdos estão juntos pelo menos. E se em alguma rara exceção não querem estar, uns brincam na sala e a outra vai para o quarto estudar. Ou uns brincam no quarto deles e a outra vai para nossa cama ver televisão. Resumindo, mesmo muito distribuídos não iríamos ocupar outra divisão. Portanto, para quê ter mais um quarto? Para nada. Para ter mais tralha, para dar mais trabalho limpar, para ser mais caro, para nos separar mais uns dos outros. 
Para já vamos continuar assim, porque queremos e porque nos faz sentido. As miúdas têm liberdade para falar connosco quando já não se sentirem bem assim, mas acho que esse dia não vai chegar. Com todos os defeitos que possam ter, são muito compreensivas e humildes. 
Não é mais um quarto ou menos um quarto que nos faz mais pobres. Pelo contrário, faz-nos mais ricos. Mais ricos de coração e de bons valores, mais ricos de mais conversa e mais partilha. E é isso que queremos transmitir às miúdas (e um dia futuramente ao Gustavo quando já perceber as coisas). Dar valor àquilo que tem realmente valor: serem educadas, respeitadoras, honestas, amigas dos seus amigos, e tudo aquilo que o dinheiro não pode comprar. Dar valor à família feliz que têm e que faz tudo por elas (as vezes inclui ralhar). 
Muitos hão-de haver com um quarto para cada um, mas que não são nem mais nem menos felizes, nem mais nem menos completos, nem mais nem menos dignos, do que nós.


O cantinho do Gustavo

O cantinho da Matilde e da Gabriela

Espaço de estudo e leitura / arrumação de roupas

Cantinho do Gustavo / arrumação

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Adormeceu ao meu colo.

Aos seis meses o Gustavo foi dormir para o quarto dele. Custou-me mais a mim do que a ele. Não existiu qualquer diferença no comportamento dele foi tudo super tranquilo.
Continuaram a existir noites melhores e noites piores, tal como quando estava no nosso quarto.
O Gustavo já passou por imensas fases: já chegou a começar a berrar só de me dirigir com ele para o quarto, assim como já o levei dizendo "Vamos fazer ó ó",  deixei-o na caminha completamente acordado e ele ficava todo feliz a conversar sozinho até adormecer.
Hoje em dia, por volta das 21h digo: Gustavo, está na hora de o bebé ir dormir, vamos para a cama fazer ó ó. Ele vai automaticamente dizer adeus ao pai e irmãs e vem para o meu colo. Ponho-o na caminha, apago a luz, mas  tenho de ficar sentada perto dele. De vez em quando pergunta "Mamã?" ao que eu respondo que estou ali. Não tenho de estar a cantar nem a fazer-lhe festinhas, mas tenho de estar presente e ele tem de saber disso. Demora entre 10 a 20 minutos e lá acaba por adormecer sossegadinho e tranquilo.
Um destes dias por algum motivo chorava assim que o punha na cama, gritava pela mamã a pedir colo. Muito tranquilamente peguei nele e levei-o para a sala onde adormeceu automaticamente assim que me enrosquei com ele no sofá. 
Deixar o meu filho a chorar na caminha? Nunca. Há dias em que estou mais rabugenta. Outros mais feliz. Outras mais triste. Ele também tem esse direito. Nesse dia precisou de se sentir seguro e de ser mais acarinhado, e foi. Simples. Não há cá dramas. Ele é um miúdo super fácil de pôr a dormir de noite e que dorme a noite toda. Não me vou estar a preocupar se uma vez por mês ele precisa de ficar comigo. 




domingo, 10 de junho de 2018

A alimentação é como a educação: vem do berço.

Enquanto educadora esta é uma das maiores queixas que os pais me fazem. Há casos de crianças que em casa simplesmente não comem sopa, salada ou fruta, mas na escola até comem. Outros não comem nem em casa nem na escola. Outros comem apenas o mais tradicional: sopa passada, alface e cenoura, maça pêra e banana.
Na grande maioria dos casos tenho-me vindo a deparar, no trabalho, com crianças que não gostam de sopa mas que até a comem (na escola) passada, fazendo algumas caretas. No prato principal a salada é realmente um desafio, a par com cogumelos, ervilhas e brócolos. A parte da fruta é a parte mais fácil, sendo que se oferecermos uma fruta menos comum como dióspiro rejeitam logo à partida. Depois de experimentarem alguns até repetem.
Confesso que na questão da alimentação sou bastante sensível pois também eu sempre fui esquisita para comer. Além disso é fundamental conhecermos a criança que temos em mão. Se eu tenho uma criança que come de tudo mesmo, mas não quer queijo, eu sou bastante fléxivel. Não gosta de queijo, tem esse direito. Tento que dê uma dentada pequenina para não pensar que ele tem o poder total de escolha, mas não insisto mais. Sem dramas.
Se nós adultos temos alimentos de que não gostamos mesmo, porque havemos de ser tão intolerantes com as crianças? Não falo de não apreciar, falo de não gostar, não tolerar mesmo. No meu caso são feijões por exemplo. Lembro-me de chegar ao colégio e ficar logo ansiosa nos dias em que havia a palavra feijão escrita na ementa.
Depois há as crianças que dizem todos os dias que não gostam da comida, mas depois de experimentarem comem tudo sem fitas. Cabe aos educadores e aos restantes intervenientes do meio escolar (em casa é tarefa dos pais, irmãos, avós, tios, etc) tentar o melhor possível ensinar a criança a comer e a gostar de alimentos diferentes. Sim, porque é algo que tem de ser ensinado. E por ter de ser ensinado, agora escrevo mais para os pais, que às vezes vêm ter comigo tão ansiosos com questões destas. Reparem ainda que esta questão é mais da responsabilidade de casa do que na escola. Recebi um menino que só comia sandes e sumos. Ele tinha 4 anos. Essa foi a alimentação dele durante 4 anos. Tentem imaginar como era na escola para tentar que ele comesse algo....! A alimentação é como a educação, vem do berço.
Não há nenhuma ação milagrosa que faça a criança vir a comer bem todo o género de alimentos. O que tenho para partilhar convosco são simples estratégias sobre as quais fui lendo no percurso dos meus estudos e que hoje em dia ponho em prática com o meu filho.
Essas estratégias são tão simples como:
* A coisa mais importante a reter é que as crianças aprendem por imitação. Pensem então naquilo que querem que eles imitem;
* Desde que o Gustavo começou a comer sopa que tentávamos sempre comer ao mesmo tempo que ele. À medida que lhe íamos dando a sopa também nós íamos comendo. Fizemos isso com todo o tipo de alimentos incluindo os sólidos;
* Não forçamos o Gustavo a comer. Se ele rejeita um alimento à partida, tentamos uma vez que o prove. Se ele não quer não insistimos mais (nesse dia, óbvio). Por exemplo, ele não gosta de alface mas todos os dias tem alface no prato. E todos os dias por iniciativa própria ele pega nela e põe na boca. De seguida cospe.
* Não criamos guerras à mesa. Se ele está com pouco apetite nesse dia, come menos. Nós também temos dias com pouco apetite, e outros com muito, certo? Tornar a hora de refeição um drama só vai deixar a criança ansiosa e menos predisposta a colaborar connosco.
* Deixamos que ele coma sozinho. Na verdade ele não come sozinho. Ele suja sozinho. Pega na comida, mexe e remexe, leva à boca, deita fora, repete. Espalha pelo tabuleiro, pela cara, por vezes pelo cabelo. É muito chato e há um dia ou outro em que estamos mais cansados em que não o deixamos fazer. De resto, ele vai cheirando, tocando e saboreando diversos alimentos diferentes.
* Lembram-se da parte da imitação? Eu não tolero brócolos. As irmãs e pai comem brócolos na frente dele. Não posso querer que ele coma algo que mais ninguém cá em casa come;
* E quando somos gulosos? Por aqui o pai, mãe e irmã mais velha são muitoooo gulosos. Por um lado regra geral não temos comida cheia de sal ou açúcar em casa. Maaasss, se nos apetecer mesmo, comemos essas "porcarias" como chocolate ou bolos de pastelaria longe dele. Se ele nos vê a comer chocolate, como vamos depois proibi-lo de ele comer chocolate? Lá está a imitação. Claro que se formos à praia e as irmãs quiserem um gelado comem junto a ele. E se ele pedir um pouco come um pouco. Tentamos evitar mas se tiver de comer come, e não morre por isso.
E pronto basicamente é só isto. Como eu disse, nada demais e nada que não seja possível de ser executado em todas as casas.
Se tiverem por aí mais estratégias digam-me quais. Estamos sempre a aprender!




Frango, couscous e morango

Detesta alface adora tomate

Hoje não quis almoçar. Sem stress lancha melhor




sexta-feira, 8 de junho de 2018

Quando as mães estão doentes.

Quando o nosso bebé nasce, deixa de ser sobre nós e passa a ser sobre eles.
Acordei doente. Nada demais, apenas muito constipada e cheia de dores no corpo. Mal conseguia ter os olhos abertos, há muito tempo que não me sentia assim. 
O Gustavo acordou e veio para a nossa cama gritar pela mamã e pedir para lhe cantar a música das galinhas. Saltitava e agitada as mãos no ar com um grande sorriso. Expliquei que a mamã estava doentinha e não conseguia. Claro que ele não percebeu. Foi buscar o seu livro favorito do momento (uma história qualquer de fadas que lhe ando a contar umas trinta vezes por dia). 
De olhos ainda fechados lá disse eu algumas frases do livro que já sei completamente decoradas, só para ele não ficar triste.
A última coisa que me apetecia era cantar ou brincar. Ficar debaixo dos lençóis enroscada depois de tomar um beneroun e de despejar soro pelo nariz era a minha ideia de dia bestial.
O Gustavo foi para os avós e eu fiquei aqui por casa enrolada em mantas a por soro no nariz, fazer vapores, com a televisão ligada mas sem ver nada, ligeiramente bloqueada. Olho para a sala que devia ser arrumada ou limpa já que estou por cá mas não tenho coragem nem força. Estou sentada no sofá há três horas a pensar em ideias que tenho para o blogue já pensadas mas nada me sai.
Logo o Gustavo vai chegar a casa a gritar e saltar, alegria tão própria dele. E eu não me sinto mesmo com forças para partilhar essa alegria com ele. Mas depois sinto-me culpada, porque ele não tem culpa de eu estar assim e não percebe o porquê da mãe estar diferente. Penso eu, pelo menos.
Isto de ser mãe é difícil. Continuamos a ser simples seres humanos que também adoecem, mas pensamos que somos super heroínas. E quando não o conseguimos ser, ficamos assim como eu estou neste momento. Irritada, a sentir-me fraca e culpada.




(imagem de https://ru.pngtree.com/freepng/sick-girl_2692157.html)

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Preocupação ou cusquice?

Hoje dei por mim a pensar nos adolescentes. O meu ainda é um bebé mas a irmã já vai fazer 14. Ao meu redor também tenho amigas e colegas com filhos por essas idades. (Idade assustadora bolas!) E mesmo não tenho filhos, tenho a Gabi. Até gosto da miúda. É filha do coração e preocupo-me com ela. Espero que ela não leia isto senão fica estupidamente convencida.
Não foi assim há tanto tempo que fui adolescente. Eu até fui daquelas que fui criança até mais tarde e por consequente, adolescente até mais tarde. Lembro-me bem de como era e do que fazia. O "Não faças isso" ou "Não te deixo" eram as frases típicas do fruto proibido (o mais apetecido). Havia no entanto uma grande diferença: as redes sociais não eram como hoje.
Estamos constantemente a ver nas noticias problemas graves de violência que começaram nas redes sociais. Começam quase todos da mesma maneira: uma rapariga que falou com o namorado de outra rapariga. Esta aqui em casa ontem pôs uma fotografia numa dessas redes, coisa que por acaso não é muito comum. Passados segundos começou a receber likes e comentários. Isso é aquilo que conseguimos ver. Mas e os comentários que podem enviar em privado? E as conversas que pode ter na internet em privado? 
Há pouco tempo uma amiga minha chegou a casa. Esperou, esperou, e nada da filha. Telefonava, o telefone estava desligado. Começou a procurar as amigas da filha até descobrir algo. E descobriu que a filha, adolescente, menor, tinha decidido ir ter com o namorado (sim ela aparentemente tinha um) sozinha, apanhando vários transportes. Engane-se quem pensa que só acontece aos outros, acreditem! Esta história teve um final feliz mas podia não ter tido.
Aqui a minha questão é a seguinte. Se a minha amiga tivesse invadido a privacidade da filha e tivesse ido ler as mensagens, tinha sabido desta sua intenção. Qual a barreira entre o tentar proteger os nossos e estarmos a invadir a sua privacidade? E como explicar a um adolescente que queremos ler as conversas privadas que têm. E será isso preocupação da parte do adulto ou às vezes pode ser só cusquice?
Uma outra colega, com um filho também adolescente, começou a notar que este estava com um comportamento muito diferente do habitual. Ao ver as mensagens do filho, sem autorização do mesmo, descobriu que este estava a ser vítima de violência psicológica pelos colegas: mandavam montagens feitas com a cara dele, chamavam nomes, gozavam. Mais uma vez, qual a barreira que separa o estarmos preocupados e o sermos apenas cuscos? 
É muito bonita a conversa do "Ah e tal, é preciso é confiança e eles saberem que nos podem contar tudo." Eles sabem. Mas regra geral, não o vão fazer.
Estava também recentemente a ver o canal Crime e Investigação, que adoro. Uma rapariga falava online com o primo duma amiga. Parecia estar tudo certo, ela seguia o que os pais lhe diziam de não falar com estranhos. O rapaz não era estranho. Já o tinha visto algumas vezes em festas da amiga, andava numa escola perto dela, era apenas dois anos mais velho. O que ela não sabia é que esse primo da amiga que ela conhecia, não era a pessoa do outro lado do computador. A história acabou mal demais para vos contar o desfecho.
Portanto, o que podemos fazer? E será que podemos mesmo fazer algo? Estará ao nosso alcance? É assustador mas não tenho a certeza se estará. Acho que nenhum jovem ficaria feliz se a mãe o obrigasse a ter a sua palavra pass das redes sociais e telefone ainda que fosse para sua segurança. Mesmo que o fizesse, querer é poder. Acredito que acabariam por criar uma outra conta sem que os pais soubessem ou utilizar telefones de amigos. 
Parece que hoje em dia os adultos não têm controlo sobre os jovens, mesmo quando pensam que sim. E isso deixa-me de coração apertado e a morrer de medo. Não podemos estar sempre a pensar no pior, mas efetivamente as coisas não acontecem só aos outros.

Sigam a nossa página no facebook

Gabi. Possivelmente a miúda mais gozona do mundo.

Pois. Goza até com ela própria. Haja paciência.


terça-feira, 5 de junho de 2018

Alerta Passatempo. Querem ganhar?

Pois é. Hoje tenho um post não para vos maçar com coisas da minha vida mas para vos presentear. Assim já gostam mais não é?? 
Vamos lá então. Escolhi duas marcas para vos oferecem dois prémios que eu também gostaria de receber, pensei portanto que vocês também vão gostar. 
Ah, e os prémios? Ora então: uma chupeta de alimentos, ideal para que os bebés possam experimentar desde cedo diversos sabores mesmo antes de terem a capacidade de mastigar, e um sticker amoroso que podem personalizar ao vosso gosto para colarem no carro, por exemplo. Uau, certo?
Para se habilitarem a ganhar, precisam de:

* Seguir a nossa página do blogue AQUI

* Seguir a página da marca Meio Limão AQUI

* Seguir a página da marca I love my stickers AQUI

* Partilhar o post do passatempo e identificar 3 amigos na mesmo. 

Aproveitem para dar uma espreitadela em ambas as marcas que se associaram ao blogue, aposto que vão gostar.

O passatempo termina dia 8 de Junho. O vencedor será escolhido por sorteio de forma aleatória e anunciado na nossa página do facebook. Cada prémio será entregue por cada marca associada. O facebook não é a entidade responsável por este passatempo nem tem qualquer responsabilidade sobre o mesmo. 
Boa sorte!!! 



segunda-feira, 4 de junho de 2018

Bucket List

Hoje é sobre mim. Sobre aquilo que eu quero para mim, em modo até um pouco egoísta.
Hoje dei por mim a pensar em coisas que quero fazer nesta vida. Nem é tão propriamente pensar no que quero fazer antes de morrer mas achei este título muito fixe. São coisas que quero fazer assim que possível, talvez não amanhã nem daqui a um ano, mas brevemente. Nem há nada assim propriamente difícil ou improvável, mas para quem tem uma vida comum como a minha tem de fazer escolhas, e há coisas que têm sido adiadas por falta de tempo ou de dinheiro, ou até porque tenho um filho bebé. Outras só ainda não as fiz porque na verdade vou arranjando desculpas. Mas quero fazer, e vou fazer. 

* Uma tatuagem. Algo relacionado com o Gustavo. Sempre disse que nunca faria uma tatuagem (apesar de ter feito bastantes piercings) porque nada era para sempre. Agora descobri que isto que sinto pelo meu filho, este amor é para sempre. Não sei o filho que ele vai ser, se me vai dar problemas, se até nos vamos chatear, sei lá. Sei que aconteça o que acontecer, o que sinto por ele não vai mudar. Por isso pode ficar gravado para sempre.

* Uma viagem para uma ilha de água quente e transparente com as minhas grandes amigas. Sim, com as minhas amigas e não com a minha família, desculpa Zé (aqui vou ter a prova de que ele não segue minimamente este blogue). Uma semana de muito calor, praia, passeios de barco, uma bebida na esplanada a ver o por do sol, telefones desligados, um pezinho de dança e uma massagem. 

* Ter uma casa com um terraço ou um quintal, e ter um cão. Um rafeiro qualquer que vou buscar ao canil. Possivelmente até peço ao Zé para ir ele, porque eu ia passar meses a chorar por não conseguir trazer todos.

* Fazer voluntariado em abrigos para crianças. Tentar alegrar um pouco a vida delas. Dar o colinho que deveriam ter tido da família biológica. Ajudar a torná-las pessoas capazes de grandes feitos.

* Levar o Gustavo a todos os parques temáticos da Europa. Ok, isto se ele sair à mãe e vier a gostar. Este ponto da lista está portanto pendente. 

* Visitar uma cidade da Europa sozinha. Vou borrar-me de medo. Não vai ser tão cedo porque a minha riqueza só tem 17 meses e está na fase de "mamã mamã mamã mamã".

* Casar com o Zé. Não é casar mesmo porque efetivamente para mim isso é só assinar os papeis. Qualquer coisa simbólica só. Muito simples, não sou romântica. Ainda não pensei muito nisso mas talvez algo só eu, ele , o nosso e as dele (os dos outros aqui não entram).

* Fazer um curso básico de maquilhagem.

* Fazer um curso intensivo de inglês. Eu sei que é uma vergonha principalmente nos dias de hoje, mas sou péssima a inglês. Até percebo mais ou menos o que dizem ou escrevem em inglês, mas eu falar, ter uma conversa fluente, huumm.. não. 

* Ir ao cinema sozinha. Pode parecer estranho e solitário, até a mim o parece. Mas sim faz parte desta lista. Escolher um filme do meu agrado e comer um balde gigante de pipocas salgadas.

* Fazer uma lipoescultura. Não me julguem. Podemos mudar o nosso estilo de vida, começar a comer bem e até treinar, mas o mal que está feito continua lá. Podemos emagrecer, ficar menos flácidas, mas aquela celulite teimosa e gordura localizada não vai sair sem uma batota, essa é a verdade. 

* Criar um negócio meu. Ainda não sei bem o quê nem quando mas já fui tendo algumas ideias. Algo relacionado com crianças, esse é o ponto de partida. Festas de aniversários ou sessões fotográficas, ainda tenho de pensar melhor.

Ter um blogue era algo que estava nesta lista até abril deste ano, altura em que finalmente pensei pôr em prática este projeto que estava pensado há anos. Portanto uma coisa já está.






domingo, 3 de junho de 2018

O primeiro (e último) casting do Gustavo

Quando o Gustavo ainda estava na barriga pensei inscreve-lo numa agência de publicidade quando nascesse.
Acabei por não o fazer. Ele era tão pequenino, tão frágil, tão assustadiço, não fazia sentido nenhum.
Recentemente a irmã do meio, a Matilde, começou a mostrar interesse em ser inscrita numa dessas agências. Ela sempre foi menina de roupas pirosas, mas ao mesmo tempo uma grande maria rapaz que nunca mostrou interesse por tal área. Lá mandei as fotografias dela para uma agência e aproveitei mandei também do Gustavo.
Quando era adolescente também estive inscrita numa dessas agências e adorei. Não era nada fixo nem com compromisso e acabava por juntar uns bons trocos para as minhas coisinhas. Por isso sou totalmente a favor de as crianças experimentarem esse mundo se for do interesse delas (e não dos pais) e se não as prejudicar em nada.
A Matilde mostrou interesse em ser inscrita mas não é uma miúda fascinada com esse mundo, que queira ser modelo ou atriz. Quer ser médica, cientista ou engenheira informática. Não me preocupa por isso que comece por exemplo a desviar-se do seu percurso escolar, até porque já foi chamada duas vezes para ir a agências mas recusou, apesar de não ter aulas, porque queria estudar.
Voltando ao Gustavo .... Certo dia ligaram-me da agência para onde tinha enviado as fotografias dele e da irmã:
- Olá é a mãe do Gustavo? 
- Sim, sou.
- Ah.. nós recebemos aqui umas fotografias do Gustavo e até tentámos depois agendar para ir vir aqui para o vermos ao vivo mas nunca chegou a trazê-lo pois não?
- Não, pensei melhor. Acho que ele não ia parar quieto um pouco e optei por desistir da ideia.
- Mas nós temos aqui um casting e o cliente está muito interessado no perfil dele, será que quer levá-lo, sem qualquer compromisso, e se ele gostar depois então depois até o vem inscrever aqui?
Não tinha nada a perder por isso aceitei. O casting era numa hora boa para ele, porque conseguia dormir a sesta. Ia ser rápido, e iam estar lá poucas pessoas.
Claro que não se pode confiar num bebé. Nesse dia não dormiu a sesta no horário de sempre. Dorme a sesta à mesma hora quase há um ano. Mas nesse dia não.
Entrou no edifício do casting e efetivamente estava tudo muito calmo e com pouca gente. Andou lá a fazer gracinhas e a chamar a atenção de todos os presentes. Ate à hora do casting.
Mal entrou na sala, onde só estava um senhor e uma senhora, começou a querer vir para o meu colo. Depois tinha de brincar com os brinquedos, mas não quis. Depois tinha de ir para uma cadeira comer bolachas. Atenção, ele é o monstro das bolachas. Não as quis comer e começou a chorar bastante. Tirei-o da cadeira, pedi desculpa e disse que ele não fazia o casting. O senhor sugeriu voltar mais tarde com ele mas recusei.
Foi uma experiência a não repetir, até ele querer ou até ele tirar proveito disso. Deixar o meu filho a chorar numa situação que não era obrigatória, como ir ao médico, nunca. 
Mal saímos da sala voltou a correr e brincar feliz e contente. A Matilde pode ver como era um casting. Eu fiquei a pensar nas cenas de filmes ou novelas em que os bebés estão a chorar compulsivamente e as mães deixaram.