domingo, 3 de junho de 2018

O primeiro (e último) casting do Gustavo

Quando o Gustavo ainda estava na barriga pensei inscreve-lo numa agência de publicidade quando nascesse.
Acabei por não o fazer. Ele era tão pequenino, tão frágil, tão assustadiço, não fazia sentido nenhum.
Recentemente a irmã do meio, a Matilde, começou a mostrar interesse em ser inscrita numa dessas agências. Ela sempre foi menina de roupas pirosas, mas ao mesmo tempo uma grande maria rapaz que nunca mostrou interesse por tal área. Lá mandei as fotografias dela para uma agência e aproveitei mandei também do Gustavo.
Quando era adolescente também estive inscrita numa dessas agências e adorei. Não era nada fixo nem com compromisso e acabava por juntar uns bons trocos para as minhas coisinhas. Por isso sou totalmente a favor de as crianças experimentarem esse mundo se for do interesse delas (e não dos pais) e se não as prejudicar em nada.
A Matilde mostrou interesse em ser inscrita mas não é uma miúda fascinada com esse mundo, que queira ser modelo ou atriz. Quer ser médica, cientista ou engenheira informática. Não me preocupa por isso que comece por exemplo a desviar-se do seu percurso escolar, até porque já foi chamada duas vezes para ir a agências mas recusou, apesar de não ter aulas, porque queria estudar.
Voltando ao Gustavo .... Certo dia ligaram-me da agência para onde tinha enviado as fotografias dele e da irmã:
- Olá é a mãe do Gustavo? 
- Sim, sou.
- Ah.. nós recebemos aqui umas fotografias do Gustavo e até tentámos depois agendar para ir vir aqui para o vermos ao vivo mas nunca chegou a trazê-lo pois não?
- Não, pensei melhor. Acho que ele não ia parar quieto um pouco e optei por desistir da ideia.
- Mas nós temos aqui um casting e o cliente está muito interessado no perfil dele, será que quer levá-lo, sem qualquer compromisso, e se ele gostar depois então depois até o vem inscrever aqui?
Não tinha nada a perder por isso aceitei. O casting era numa hora boa para ele, porque conseguia dormir a sesta. Ia ser rápido, e iam estar lá poucas pessoas.
Claro que não se pode confiar num bebé. Nesse dia não dormiu a sesta no horário de sempre. Dorme a sesta à mesma hora quase há um ano. Mas nesse dia não.
Entrou no edifício do casting e efetivamente estava tudo muito calmo e com pouca gente. Andou lá a fazer gracinhas e a chamar a atenção de todos os presentes. Ate à hora do casting.
Mal entrou na sala, onde só estava um senhor e uma senhora, começou a querer vir para o meu colo. Depois tinha de brincar com os brinquedos, mas não quis. Depois tinha de ir para uma cadeira comer bolachas. Atenção, ele é o monstro das bolachas. Não as quis comer e começou a chorar bastante. Tirei-o da cadeira, pedi desculpa e disse que ele não fazia o casting. O senhor sugeriu voltar mais tarde com ele mas recusei.
Foi uma experiência a não repetir, até ele querer ou até ele tirar proveito disso. Deixar o meu filho a chorar numa situação que não era obrigatória, como ir ao médico, nunca. 
Mal saímos da sala voltou a correr e brincar feliz e contente. A Matilde pode ver como era um casting. Eu fiquei a pensar nas cenas de filmes ou novelas em que os bebés estão a chorar compulsivamente e as mães deixaram. 





3 comentários:

  1. Ele é tão giro! Tem mesmo carinha de anuncio de bolachas ❤

    Maria Pires

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    1. Ohh obrigada! Também acho que ele é mesmo giro mas a mãe é sempre suspeita eheh. Beijinho!

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  2. Estou a imaginar a cara da mãe. O bebe sempre a querer comer bolachas e ser super simpatico e depois chega la e nao faz nada disso eheh a mae deve ter ficado para morrer!!! eu ficava

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