quarta-feira, 18 de abril de 2018

Queria dar um bisneto aos meus avós.

Queria e dei.
Queria muito que o meu filho conhecesse os seus bisavós. E conheceu.
Muitas pessoas à minha volta não tiveram ou não têm grandes relações com os seus avós. Ou porque faleceram cedo, ou porque vivem longe, ou apenas por destinos diferentes.
Eu sempre vivi a 5 minutos dos meus avós. Dar-lhes um bisneto foi a minha grande alegria.
Nenhum deles estava à espera e eu sabia que quando desse a notícia a maior alegria seria da minha avó Áurea que por muitas vezes tinha comentado "Que pena agora as pessoas terem filhos tão tarde, nunca vou conhecer os meus bisnetos."
- A sério? Oh estás a brincar. - foi a sua reação quando soube.
Estava feliz com a ideia de que eles iam acompanhar o Gustavo por muito tempo. Sim, porque apesar de estarem nos oitentas estão aqui para as curvas. Ou pensava eu.
Foi com um grande aperto no coração que vi a minha avó paterna partir há duas semanas levada pela doença. Não era suposto ser assim. 
Ainda me custa pensar nisso. Mas consegui, ainda que por pouco tempo, dar-lhe a alegria de ver as gracinhas do seu bisneto. E isso quase que basta para me tranquilizar. Quase, porque não me despedi como queria. Mas nunca nos despedimos o bastante de quem amamos, certo?

Gustavo com a bisavó. 2017



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