segunda-feira, 2 de abril de 2018

Detestei estar grávida e não tenho vergonha de o dizer.

Em primeiro lugar se estás grávida ou pensas estar, este post é desadequado para ti.
Em segundo lugar, esta é a minha experiência. MINHA. Felizmente não são todas iguais.
Em terceiro, pode chocar mas é verdade, detestei estar grávida. E tenho esse direito. Não sou pior mãe por isso.
Decidi que queria engravidar. Mas não foi só isso. Decidi que tipo de grávida queria ser.
Gravidez não é doença e estava decidida a continuar a ser eu, com as minhas rotinas, até o bebé nascer.
Ia continuar a fazer jantaradas com os amigos, ia continuar a fazer planos para todo o fim-de-semana e ia continuar a ir ao ginásio.Se há quem o faça, porque não eu?
Eu digo porquê. Porque cada gravidez é uma gravidez.
Estava grávida de apenas três semanas (percebi depois fazendo as contas) quando fui a uma aula de pump no ginásio e tive de sair, por começar a ter imensa vontade de vomitar e me sentir a desmaiar. "Ok, foi só um contratempo". Na mesma semana decidi ir ao ginásio fazer algo simples, como um pouco de remo ou bicicleta ao meu gosto. Aconteceu o mesmo.
Duas semanas depois disso começaram os enjoos a sério. Enjoos esses que duraram até ao final da gravidez. Não havia medicação que ajudasse.
Segui o conselho do médico de deixar o ginásio de lado e optar por umas caminhadas perto de casa. Das duas vezes que o fiz, sentei-me passado pouco tempo para vomitar, sem sentir as pernas e a ver tudo turvo.
Outro contratempo, ok.
Os enjoos foram piorando. Para além de vomitar, não conseguia comer. Não sei bem explicar, mas assim que olhava para a comida o estômago embrulhava-se e lá ia para o wc.
Grávida e sem conseguir comer sentia-me cada vez mais fraca. Deixei de ter vida social a que estava acostumada porque não tinha forças para isso. Sempre que ia a algum lado sentia-me mal e comecei a sentir-me culpada por "estragar" o ambiente onde quer que eu estivesse.
Os meus avós fizeram anos, e como de costume fomos almoçar fora. Assim que o prato chegou nem fui capaz de olhar para a comida, comida essa que eu tinha escolhido porque me apetecia mesmo.
Tive dores de barriga de morrer. Sim, piores que as contrações que depois vim a ter no parto. Até hoje não sei a que se deviam. Fui duas vezes às urgências, não detetaram qualquer problema. Talvez cansaço ou stress, disseram eles. Numa das vezes em que tive essas dores estava a trabalhar. Foi de tal modo que as próprias colegas ligaram para a saúde 24h e chamaram o meu marido para me levar logo ao hospital.
Ah, e as dores nas costas? Doíam de dia.. de noite. Custava-me a andar, custava-me a dormir.
Ah.. e as caimbras? Eu nem sabia que essa fase existia. Não conhecia ninguém que tivesse sofrido disso, não tinha lido nada sobre isso. Acordava de noite com dores horríveis nos gémeos sem os conseguir mexer. O Zé com a paciência do costume massajava até passar.
O xixi , de que tanto falam. Acordar cerca de seis vezes durante a noite para fazer xixi é sempre agradável.
Sentir o meu bebé mexer dentro de mim... isso sim é mágico, maravilhoso. Mas só até ao bebé estar tão grande que crava os pés nas nossas costelas.


Ps: ainda assim, pelo Gustavo passava por tudo outra vez. (mas perdi a coragem de fazer outro)
Ps2: Tenho muitas amigas que tiveram uma gravidez de sonho, não fiquem assustadas.
9 meses 

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2 comentários:

  1. Passei pelo mesmo na primeira gravidez. E também detestei estar grávida. Mas da segunda foi diferente. Vomitei 3 meses que pareceram uma eternidade.. foi difícil porque já tinha uma criança para cuidar. Mas o resto do tempo foi maravilhoso e adorei... não há gravidezes iguais...

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