Há pouco
tempo, um aclamado psicólogo, de quem até gosto bastante, escreveu sobre o
facto de ser quase uma tortura as crianças estarem na escola tantas horas por
dia, dez a doze, dizia ele. Desta vez, foi feito um estudo também nesse
sentido, dizendo que as crianças passam horas a mais por dia na escola.
A minha
questão é: o objetivo desse tipo de artigos é ensinar os pais a fazerem contas,
ou é só mesmo fazer com que estes pais se sintam ainda mais culpados?
Uma família
com um horário razoável, das nove às cinco,
já vai deixar a criança na escola das oito às seis. E isto é um caso de
sorte, atenção. Se a pessoa trabalhar mais longe ou se tiver mais de uma hora
de almoço, o tempo de permanência da criança na escola também irá obviamente
aumentar.
Hoje saí de
casa ainda não eram oito da manhã e vou voltar perto das seis e meia da tarde. Um dia desta semana o Gustavo não tinha dormido a sesta. Eu cheguei a casa perto da hora de jantar e já não o apanhei acordado. Ninguém
precisa de me dizer que estou demasiadas horas longe do meu filho, porque eu já
sei disso e já me sinto culpada por isso, ainda que não tenha outra opção.
É tempo de
parar de fazer com que os pais se sintam ainda mais culpados do estilo de vida
que levam e das horas de trabalho que fazem, e passar a tentar encontrar
soluções.
É urgente
reduzir as horas de trabalho de um dos progenitores, de modo a que a criança
possa ir mais cedo para casa. É urgente
que sejam dadas às pessoas condições decentes para serem pais decentes.
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