terça-feira, 5 de novembro de 2019

Fomos ao parque..... quis esmurrar uns pais.

Lembro-me de ser pequenina e correr todos os parques e mais alguns. Os meus pais dizem que possivelmente conhecia os parques todos do distrito e mais alguns, e é capaz de ser verdade. Talvez por isso, e porque detesto estar fechada em casa com o miúdo,  sigo o mesmo caminho com o meu filho.
Idas ao parque deviam ser apenas e só momentos de diversão em família. Por vezes comigo, tonam-se em momentos de grande irritabilidade. Bater, morder, empurrar, gozar, são coisas de miúdos isso é certo. O que me irrita é apenas a postura desinteressada dos responsáveis por esses miúdos. 
Eu acredito que dê menos trabalho os pais chegarem ao parque, soltarem o filho, e ficarem descansadinhos da vida. Acontece que a educação e os valores que devemos ensinar aos nossos filhos não têm hora marcada.
Os miúdos são miúdos. Vão fazer coisas que os miúdos fazem, ainda que essas coisas magoem outros miúdos. O problema é que os pais são pais mas não têm pachorra para realmente o serem.
O Gustavo faz coisas de miúdos. Põe-se a subir o escorrega impedindo que as outras crianças desçam, tira a bola de outras crianças, ocasionalmente empurra e é perito em tentar furar filas. E nesses momentos, eu ou Zé intervimos. Explicamos que subir o escorrega realmente é bem mais divertido, mas que temos de permitir que as outras crianças que estão à espera desçam. Mostramos que ao tirar o brinquedo a outro menino, está a deixar esse menino triste, e damos a sugestão de pedir que lhe emprestem o brinquedo ao invés de o arrancar das mãos dos outros e fugir. Dizemos que não se empurra nem se bate nas outras crianças, e neste ponto não há “mas” nem “meio mas”. Ensinamos como é estar numa fila e esperar pela sua vez. Umas vezes temos sucesso, outras nem por isso.
Mas há pais que simplesmente não querem saber. Fazem valer-se do “eles são crianças eles que se entendam” para fugir a uma responsabilidade que é sua. Veem o filho a ter comportamentos altamente incorretos mas a preguiça de se levantarem para irem resolver o assunto é muita.
O Guga estava sentado para descer o escorrega. Um rapaz mais velho, com cerca de oito anos, subia o escorrega e sentava-se na frente do Gustavo com ar de gozo a olhar para mim. Os pais deste rapaz ao longe achavam muita piada à situação.
- Mamã eu queria descer. – disse o Gustavo.
- Desce filho.
- Não posso está aqui o menino.
- Desce na mesma. O escorrega é para descer por isso o menino vai sair daí agora!
Quase me senti culpada por falar assim para outra criança.
 Estava um rapazinho com cerca de três anos a andar de baloiço quando o mesmo rapaz mais velho o empurrou e o fez cair do mesmo. Os pais deste rapaz mais velho, no muro bem ao fundo onde estavam sentados, riram-se. Eu, respirei fundo, e agradeci por não ser  o Gustavo a ter sido empurrado.  Caso contrário eu e o Zé possivelmente perderíamos a razão (ok, eu perderia a razão) e estaríamos a falhar como pais, tal como esse casal de acéfalos falhou.
Só eu é que não acho normal existirem pais que vêem os filhos a serem mauzinhos com outras crianças e não fazerem nada? 

Sigam a nossa página aqui.

Sigam a minha página aqui.





3 comentários:

  1. Olá Catarina! Inflizmente isso é 1 mal comum! Só apetece perder a razão e dar uns açoites a esses pais.. sim porque são crianças é verdade! Estão a crescer e a aprender a lidar com o mundo! Mas os pais, não sabem ser pais! Não têm tempo, não têm paciência, não têm vontade.. É mais fácil deixar andar.. para os outros cuidarem!

    ResponderEliminar
  2. Não, não é só voçê que não acha normal, E eu não me acanho de dar um grito a uma criança dessas, mesmo que os pais lá estejam, se isso implicar o bem estar da minha filha, e se for preciso ainda digo "os teus pais não vêm, mas eu vi" para os paizinhos ouvirem

    ResponderEliminar
  3. Como é que os filhos não hão-de ser assim se os próprios pais acham graça e se riem???

    ResponderEliminar