domingo, 24 de novembro de 2019

Quando leio textos antigos

Andei a rever alguns textos mais antigos do blogue. Alguns, por incrível que pareça, nem me lembro de escrever.
Noto uma diferença enorme nos primeiros textos e nos últimos. Nem piores, nem melhores, diferentes.
Sabem aquela sensação de quando chegam por exemplo a um emprego novo e não conhecem ninguém? Dizem bom dia e boa tarde, mas não fazem mais conversas? Sentem-se tímidas e ainda pouco à vontade com aquelas pessoas? Depois com o passar do tempo vão começando a ser mais vocês mesmas?
Pelo menos a mim acontece-me isso. Não porque de início finja ser alguém que não sou, mas não me sinto logo à vontade. Tenho vergonha de tudo o que é novo e dou um passinho de cada vez. Sou muito ansiosa e medrosa, por isso demoro algum tempo até ser eu mesma. Não se trata de ter uma máscara mas sim de precisar de tempo até ganhar confiança nos outros e em mim.
É isso que sinto ao ler textos antigos. Não que quisesse ser alguém que não sou, mas de alguém comedida nas palavras, talvez com medo de como essas fossem recebidas. Talvez por ter medo de comentários depreciativos que pudesse receber.
A cada dia que passa sou mais eu mesma. A cada dia que passa me importo menos com aquilo que possam pensar. A cada dia que passa sou mais Catarina.
Há uma semana atrás uma senhora dizia que seguia o blogue desde o início, mas que a cada texto novo ficava mais desiludida porque já não parecia eu. Pois aqui digo, que cada vez mais me pareço comigo. E cada vez mais vou parecer.

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