terça-feira, 5 de novembro de 2019

Quem meu filho beija, minha boca adoça.


“Quem meus filhos beija, minha boca adoça.” 
Foi esta a frase que a mãe de duas crianças que foram minhas alunas, no primeiro e quarto ano, me escreveu.
Aos poucos tenho sentido a força que essas palavras tinham consigo.
Quem ama o meu filho, leva tudo de mim: Quem está presente na vida dele, quem contribui para a sua educação, quem se preocupa com ele…
Para adoçarem a minha boca, não precisam de estar com o meu filho diariamente, nem sequer mensalmente. Mas precisam de se importar. Precisam de querer saber dele.
Não é o Gustavo com dois anos que tem de pegar no telefone para telefonar a alguém, são os adultos que tenham interesse que devem ligar para ele. Mas o engraçado, é que o miúdo já começa mesmo a pedir para telefonar para falar com as manas ou com os avós, e telefonamos.
Também não é o Gustavo que tem de pegar no carro para ir visitar ninguém, posso estar a falhar como mãe mas ainda não o autorizei a tirar a carta.
Gosto muito de uma frase que certo dia li que diz “Ninguém tem de correr atrás de ninguém, dá para andar atrás um do outro”. Podem pasmar-se, mas o miúdo vai fazer três anos e existem (supostos) familiares diretos que ainda não o quiseram conhecer. 
Por mim está tudo ótimo, mas daqui a uns anos se por acaso nos cruzarmos e o Gustavo não quiser dar beijinhos, não faço questão que dê (sou má pessoa se fizer questão que não dê mesmo?)
Família não é sangue. Família é coração. Família é quando alguém não consegue estar assim tão presente fisicamente na nossa vida, mas telefona a dizer “espero que o menino esteja bem”. Família é quem arranca gargalhadas do miúdo. Família é quem nos quer, ainda que à distância de uma mensagem no telefone.




Sigam a nossa página aqui .

Sigam a minha página aqui.



2 comentários:

  1. Não é o miúdo que tem que fazer mas podem ser os seus representantes, no caso os pais. A vida é curta demais para medir forças e nunca se sabe quem pode vir a precisar de quem.

    ResponderEliminar
  2. Concordo. Quando um bebé nasce quem o quer conhecer é que deve tomar iniciativa não é a criança nem os pais. Eu como mãe jamais irei impingir a minha filha aos outros. Quem não fizer questão de a conhecer eu não vou correr atrás. Vi aqui num comentário o quem pode vir a precisar de quem. Lá está a mentalidade de quem so procura por interesse. Não estamos a falar de jquem precisa de quem mas sim de quem se esforça para conhecer um novo membro da família. Parabéns a quem escreveu o texto. Para mim faz todo sentido.

    ResponderEliminar