quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Gabriela no fim dos catorze


A Gabriela faz 15 anos.
Quando estamos juntas na rua ainda somos confundidas com mãe e filha, mas cada vez mais como irmãs. Acho ótimo. A miúda está a ficar velha mas eu continuo jovem.
Às vezes alerto o Zé para certas questões relacionadas com essa idade, mas ele acha que ela ainda só faz quinze anos. Já eu acho que ela já faz quinze anos.
O Zé coitado, não se lembra dos seus quinzes anos, já foram há bem mais tempo que os meus (muahahah).
Ponho-me então a pensar nos meus quinze anos e fico na dúvida se devo fazer algumas confissões sobre essa idade ao Zé. Talvez seja melhor não. Por um lado, para o Zé não entrar em pânico, por outro lado porque a minha mãe segue o blogue.
Pessoas da minha idade (31) dizem frequentemente que os miúdos de hoje em dia crescem depressa demais e rapidamente se tornam rebeldes. Depois lembro-me de mim, e dessas pessoas com essa idade.
A grande diferença para mim, são as tecnologias. Efetivamente vejo menos crianças e jovens a brincar ou simplesmente estar nas ruas, e a estarem muito mais tempo em casa em frente a uma televisão ou computador.
Até aos meus catorze anos ia todas as noites para a rua com os miúdos do meu prédio, éramos imensos. Se enquanto éramos mais novos jogávamos às escondidas, mais crescidos andávamos de bicicleta ou apenas estávamos ali, na noite, sentados no muro a conversar sobre tudo e sobre nada.  Mas no que diz respeito a namoricos e curtes, era exatamente a mesma coisa.
É verdade que com essa idade não andava com as maminhas de fora como muitas miúdas hoje andam, mas a bem ver, não as tinha. Também não me maquilhava tipo Kim Kardashian, mas ainda hoje não o sei fazer. Não fumava porque não suportava o cheiro do tabaco, mas ainda me lembro de nas horas de almoço da escola irmos para um parque lá perto com umas belas garrafas de vodka. Eu só molhei os lábios, mas dois amigos meus ficaram de tal modo que de tarde, vomitaram a sala de aula inteira, incluindo a professora.
Acho que os adolescentes não mudaram assim grande coisa, nós é que mudámos porque estamos a ficar cotas e agora temos talvez um pouco de inveja desses tempos de glória.
Força Gabi, aproveita a vida na descontra enquanto podes.




Gabriela, a estilosa

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